Vaticano

O Papa convida-nos a transformar o mundo através da arte

Durante a sua viagem a Veneza, o Papa Francisco teve vários encontros em que sublinhou a importância da beleza e da arte na transformação do mundo.

Paloma López Campos-28 de abril de 2024-Tempo de leitura: 3 acta
Papa Veneza

Papa Francisco durante o seu encontro com os jovens em Veneza (CNS photo / LolaGomez)

Durante a sua deslocação a VenezaO Papa Francisco teve vários encontros com jovens, artistas e fiéis que assistiram à Santa Missa na Praça de São Marcos. O Santo Padre aproveitou estas ocasiões para dirigir algumas palavras aos presentes, focando a importância da beleza e da arte na transformação do mundo.

Ao dirigir-se aos jovens, Francisco quis recordar "o grande dom que recebemos, o de sermos filhos predilectos de Deus, e por isso somos chamados a realizar o sonho de Deus". Este desejo do Pai para os seus filhos, explicou o Papa, "é que sejamos testemunhas e vivamos a sua alegria".

Para realizar este sonho de Deus, o Santo Padre sublinha que é essencial "redescobrir no Senhor a nossa beleza e alegrarmo-nos no nome de Jesus, um Deus de espírito jovem que ama os jovens e que nos surpreende sempre".

Para redescobrir esta beleza, continua Francisco, é essencial "desapegarmo-nos da tristeza" e recordar "que fomos feitos para o Céu". Para isso, o Papa encoraja-nos a não nos determos nas nossas misérias e pecados, mas a voltarmo-nos para o misecordia de Deus, "que é nosso Pai" e que, quando caímos, "nos estende a mão". Só assim podemos "aceitar-nos como um dom" e olhar para nós próprios, não com os nossos olhos, "mas com os olhos de Deus".

A arte de se dar aos outros

Uma vez alcançado este objetivo, o Pontífice sublinha a importância da perseverança e de perder o medo de "ir contra a corrente". Neste sentido, o Papa recorda também que não podemos caminhar sozinhos, mas que devemos procurar ser acompanhados por outros que também queiram viver a sua vida com Cristo.

Na mesma dinâmica de acompanhamento, Francisco quis recordar aos jovens que "somos chamados a dar-nos aos outros". "A precariedade do mundo em que vivemos", diz o Bispo de Roma, "não pode ser uma desculpa para ficar parado e queixar-se". "Estamos neste mundo para ir ao encontro daqueles que precisam de nós", sublinhou o Papa.

O Santo Padre explica que "a vida só é possuída quando é dada", razão pela qual nos convida a fugir às perguntas do "porquê" e a substituí-las por "para quem". Desta forma, podemos entrar na dinâmica criativa de Deus, uma criatividade "livre" num mundo "que só procura o lucro".

A arte e o olhar contemplativo

Na mesma linha, no seu discurso aos artistas, o Papa Francisco convidou os seus ouvintes a lutar com a arte contra "a rejeição do outro", tornando assim as pessoas "irmãos em toda a parte" graças à universalidade da arte.

Isto pode tornar-se uma realidade, diz o Pontífice, porque "a arte educa-nos para um olhar não possessivo, não significativo, mas também não indiferente, superficial". A arte, continua o Papa, "educa-nos para um olhar contemplativo". É por isso que ele afirma que "os artistas estão no mundo, mas são chamados a ir para além dele".

Este olhar para o exterior pode mesmo ser encontrado na prisão, como afirmou Francisco durante a sua visita às mulheres presas. Aí, o Papa salientou que "paradoxalmente, uma estadia na prisão pode marcar o início de algo novo, através da redescoberta de uma beleza insuspeita em nós e nos outros, como simboliza o evento artístico que ele acolhe e para cujo projeto contribui ativamente".

O Santo Padre aproveitou a ocasião para pedir que "o sistema penitenciário ofereça também aos reclusos instrumentos e espaços de crescimento humano, espiritual, cultural e profissional, criando as condições para a sua sã reinserção".

Permanecer em Cristo

Por fim, na homilia proferida pelo Papa na missa celebrada na Praça de São Marcos, Francisco sublinhou que "o essencial é permanecer no Senhor, habitar n'Ele". Algo que não é estático, mas que implica "crescer na relação com Ele, conversar com Ele, abraçar a Sua Palavra, segui-lo no caminho do Reino de Deus".

"Permanecendo unidos a Cristo", diz o Papa, "podemos levar os frutos do Evangelho à realidade em que vivemos". Estes frutos incluem a justiça, a paz, a solidariedade e o cuidado mútuo, entre outros. Frutos que, insiste o Santo Padre, o mundo precisa e que as comunidades cristãs devem oferecer ao mundo.

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