O último livro de George Weigel, mais conhecido pela sua biografia de São João Paulo II, contém as suas reflexões sobre o tarefas que aguardam a Igreja no futuro imediatoapresentando-os como uma série de desafios que irão enfrentar quem for eleito Papa depois do actual Papa..
Livro
O ponto de partida para esta reflexão é o momento de transição que, segundo a autora, a Igreja Católica está a atravessar.
A gravidade deste momento é sublinhada equacionando-o, como ele faz na introdução, com as transições que envolveram, sucessivamente, o ruptura com o judaísmo rabínico, a emergência da patrística, a constituição do cristianismo medieval e, finalmente, o catolicismo contra-reformista.. Neste momento, estaríamos naquilo a que ele chama o "passo".do Catolicismo da Contra-Reforma à Igreja da Nova Evangelização".
Por outro lado, o autor está atento a uma questão puramente cronológica: o transição que a Igreja está a sofrer tem no seu núcleo o Concílio Vaticano II, no qual tanto João Paulo II como Bento XVI participaram activamente; o Papa Francisco, por seu lado, preparava-se para a ordenação ao sacerdócio no noviciado jesuíta.
No entanto, Quem for eleito Papa no próximo conclave terá certamente experimentado o Concílio na adolescência.O mais velho dos eleitores teria na altura vinte e cinco anos de idade. Isto implica que ele não terá experimentado os debates pós-conciliares com a mesma intensidade que os seus predecessores.
Ao mesmo tempo, o próximo Papa terá de continuar a tarefa de implementar o resultado das sessões conciliares e dar forma ao que Weigel chama "a Igreja da Nova Evangelização".
Evidentemente, é impossível saber qual será o resultado desta etapa, tal como é impossível saber que desafios concretos a Igreja irá enfrentar no futuro. No entanto, Weigel oferece algumas indicações sobre as questões mais relevantes, e - dada a sua formação e experiência, combinada com uma visão ancorada na fé - ele é uma voz que merece ser ouvida.
A tarefa do próximo Papa está centrada em Cristo e no Evangelho, e esse é o caminho pelo qual ele deve conduzir a Igreja.
Rubén Pereda
Começando pelo mais óbvio - a nova evangelização - Weigel discute uma vasta gama de tópicos. o que significará ser Papa nas próximas décadasTambém discute a sua relação com bispos, padres e leigos, e a reforma do Vaticano. Ele sublinha a importância de um Igreja em que a clareza doutrinal coexiste com a misericórdiaem que o o diálogo com outras religiões é baseado na busca da verdadee cuja relação com os problemas sociais se baseia no conhecimento e na autoridade moral.
A conclusão do ensaio resume perfeitamente o ponto-chave: a tarefa do próximo Papa está centrada em Cristo e no Evangelho, e ele deve conduzir a Igreja pelo mesmo caminho..