O Padre Queirós Figueras nasceu em Angola há 42 anos. Estudou Comunicação Institucional na Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma. Quando criança, suportou os sofrimentos da guerra no seu país. E como padre, viu o desastre em termos de pobreza e falta de desenvolvimento. "Infelizmente, os quase trinta anos de conflito militar em Angola resultaram não só em baixas e refugiados, mas também na perda de capital físico e económico", diz ele.
Como a maioria das crianças da sua geração, ele teve de fugir da guerra. "Nasci numa aldeia chamada Utende, no município de Kibala, mas tive de me mudar com a minha família para a cidade de Luanda, onde cresci na periferia da capital com os meus pais e irmãos, o segundo filho de sete irmãos. Tivemos de fugir por causa da guerra civil no país na altura, em 1983", diz ele.
A fé e o apoio da sua família ajudaram-no a combater o medo do conflito. Foi ordenado sacerdote a 21 de Novembro de 2010 na diocese de Viana, por Monsenhor Joaquim Ferreira Lopes, o primeiro bispo da mesma diocese.
A reunificação das famílias separadas pela guerra é uma das prioridades de Angola. "Após a guerra, os governos angolanos lançaram uma estratégia de combate à pobreza, que afectou principalmente as zonas rurais, uma vez que a guerra limitou o acesso da população às zonas agrícolas e aos mercados, e destruiu os recursos dos camponeses", diz o Pe. Queirós.
A Igreja Católica em particular, através dos seus missionários, continua a tentar ajudar o governo a reconstruir o tecido social, a fornecer à população alimentos, educação e formação profissional, bem como cuidados de saúde na luta contra a SIDA.