Ouvir o podcast "Auto-consciencialização e ego".
Há já algum tempo, a palavra ego tem assumido um papel proeminente nas conversas mais comuns.
Não era assim antes. Lembro-me da primeira vez que me deparei com ela numa conversa. Devo ter feito uma cara estranha porque o meu interlocutor disse: Sim, sim ego, arrogância.
É agora um termo frequente e tem mais "prestígio" do que a palavra "arrogância" porque esta última parece menos delicada, menos elegante. No entanto, no final do dia, é a mesma coisa.
Paradoxalmente, há pessoas que se orgulham muito do seu ego, na verdade admitem-no abertamente, eu tenho um grande ego, dizem-lhe quando lhes pergunta.
Tendem a ser pessoas inflexíveis com muito pouco auto-conhecimento. Não é raro que lhe digam que não se arrependem de nada do que tenham feito no passado. Isto leva-os a serem ingratos. Eles fazem tudo bem. Eles não devem nada a ninguém. Como consequência, são incapazes de pedir perdão.
Como pode uma pessoa dizer que não mudaria nada, quando os seres humanos cometem erros várias vezes por dia? À medida que alimentam o seu ego, aumenta a desconfiança das pessoas que os rodeiam.
Pedir desculpa por erros é uma das características da liderança, mas para eles parece uma fraqueza, por isso, como já dissemos, nunca pedem desculpa. Têm dificuldade em amar e em sentir-se amados. Pedir perdão faz parte do amor. Na coexistência, é muitas vezes necessário fazê-lo. É humano cometer erros.
Uma pessoa "não-humana" produz rejeição. Têm uma certa incapacidade para educar. É provável que sejam muito inflexíveis face aos erros de outras pessoas.
Estes egomaníacos dão a sensação de que estão a fazer um favor aos outros regularmente e isto incapacita-os a longo prazo não só para amar como já dissemos, mas também para manter os seus amores. Pessoas com muito ego, desunem muito.
Devido à sua falta de auto-consciência, é preciso ter cuidado quando se vive em conjunto, qualquer coisa pode perturbá-los. Está tenso à sua volta.
Ele é o que sempre foi chamado uma pessoa arrogante.
Uma pessoa difícil de conviver e incapaz de educar devido à sua falta de auto-consciência.
Apesar de tudo, ter um ego está na moda e, por vezes, é bem considerado. É verdade que é possível sair do ego: basta adquirir alguma formação pessoal e aumentar o auto-conhecimento.
Simplesmente para perceber que o ser humano é fraco e muitas vezes necessitado dos outros.
Por outras palavras, é suficiente estar na realidade, no que as coisas são.