Na tarde de quarta-feira, 20 de Outubro, o escritor, professor e economista Leopoldo Abadía e a influente Joan Folch realizaram uma interessante discussão sobre a relação entre os jovens e os idosos.
Leopoldo Abadía, nascido em Saragoça, 88 anos, é casado com a sua mulher há 61 anos e é pai de 12 filhos, avô de 49 netos e bisavô. O seu trabalho nos últimos anos como escritor é notável, depois de uma longa carreira como economista e professor. Também é doutorado em engenharia industrial. A falar com ele estava Joan Folch, 22 anos, estudante da Faculdade de Economia da Universidade de Navarra e influente com dezenas de milhares de seguidores no Instagram (@jfolchh).
Em Espanha há cerca de 9,5 milhões de pessoas com mais de 65 anos, ou seja, 20% da população. Destes, mais de dois milhões vivem sozinhos. A par desta realidade, encontramos uma população jovem que comunica, principalmente através da tecnologia e dos meios digitais.
Se tem havido lacunas de comunicação em todas as gerações, nos últimos anos esta lacuna parece ter-se tornado mais pronunciada. Como é que os velhos e os jovens se relacionam? Temos realmente conceitos de vida tão diferentes? É possível uma chamada ligação intergeracional? Falamos a mesma língua?
Estas são algumas das questões abordadas neste diálogo entre Leopoldo Abadía e Joan Folch. O encontro, organizado pela Omnes e pela Fundação Centro Académico Romano, foi transmitido em directo no YouTube através do Canal Omnes Youtube.
Leopoldo começou por comentar de forma divertida a sua relação com os seus netos. "No início costumava dizer, os netos devem ser educados pelo pai. Mas à medida que envelheciam, convidavam-me para o pequeno-almoço, mas com os mais pequenos tenho uma relação diferente". Também salientou a necessidade de amizade entre jovens e velhos, entre avós e netos, etc. Por sua vez, Joan apoiou-o comentando que "os jovens estão a perder o hábito de pedir conselhos aos mais velhos, recorrendo mais facilmente ao Google". Por esta razão, ambos exigiram que houvesse mais contacto entre as duas gerações, contacto esse que poderia tornar-se amizade.
Na mesma linha, Joan comentou que os jovens tendem a procurar modelos ideais sem dar atenção à voz da experiência. Por esta razão, sublinhou a importância de se virar para os mais velhos para aprender com eles. Leopoldo queria sublinhar que "o obrigatório é ter amigos. Jovens, velhos, sejam eles quais forem. Mas é preciso ter amigos".
Após esta interessante discussão, a reunião deu lugar a uma sessão de perguntas e respostas através do número da Omnes WhatsApp e do YouTube.
Entre muito boas questões, em relação a uma em particular sobre o papel que os jovens desempenham no cuidado dos idosos, Joan assegurou que os jovens desempenham um papel muito importante, e que é uma correspondência para tudo o que os idosos nos têm dado. Leopoldo, por seu lado, salientou que "vivemos numa sociedade egoísta, e que as mensagens que recebemos são por vezes totalmente egoístas". Neste sentido, disse, "por vezes é necessário recorrer a uma residência para cuidar dos idosos, mas uma prioridade para os jovens é cuidar dos mais velhos, dos seus pais e avós".
No final da reunião, Leopoldo salientou uma atitude que recomendou a todos aqueles que o ouviram: a atitude vital do sorriso. Uma atitude que implica acolhimento, amor e respeito.
Pode assistir à reunião completa clicando aqui aqui.