A grande JMJ que nos espera

Jovens e adultos, podemos viver a Jornada Mundial da Juventude, JMJ, abrindo os nossos ouvidos às palavras que o Santo Padre nos dará e os nossos corações ao que o Espírito Santo nos dirá através dele.

1 de agosto de 2023-Tempo de leitura: 3 acta
jmj

A celebração desta semana, em Lisboa, da Dia Mundial da Juventude Despertará, em muitos, sentimentos de nostalgia - quem é que gostaria de ter novamente 20 anos! Mas, pensando bem, ser jovem não é nada de especial.

A eterna juventude é um desses ídolos de pés de barro que enganam, humilham e escravizam milhões de pessoas desde que o homem existe. Querer ser o que não se é transforma o indivíduo num cata-vento incapaz de orientar o curso da sua vida, pois dependerá da opinião dos outros para tudo. A obsessão de parecer jovem, de não envelhecer, tem muito a ver com o medo da morte, típico de uma cultura que enterrou esta realidade humana para evitar a questão transcendente, e com o medo de ser rejeitado, típico de uma sociedade materialista e pansexualizada que dá prioridade à atratividade física sobre o resto das qualidades de uma pessoa. O medo de envelhecer é o medo de viver!

Não concordo com a opinião geral de que a juventude é a melhor altura da vida, porque os jovens também sofrem dos seus próprios problemas. Na perspetiva de quase meio século de vida, posso dizer que cada etapa pode ser maravilhosa se nos adaptarmos racionalmente às particularidades de cada faixa etária, sem saltar etapas ou estagnar. Em cada momento há vantagens e desvantagens.

A feliz inconsciência da infância é muitas vezes acompanhada de complexos ou traumas; a primavera luminosa da adolescência e da juventude vem com a consequente crise emocional; a idade adulta, na plenitude física e mental, traz consigo a dureza do início da vida profissional e familiar; na maturidade, quando se parece ter a vida sob controlo, vêm os problemas com os filhos; e quando chega a idade da reforma e se começa a ter tempo para si próprio e para desfrutar dos seus passatempos, chegam também as primeiras doenças.

E depois? Bem, o segundo, o terceiro e o quarto, mas também a serenidade e o gozo que a sabedoria oferece nos pequenos pormenores da vida. Quanta alegria e esperança vi nos idosos que, com fé, aguardam sem medo o futuro que os espera e que não tem fim!

Então, qual é o melhor momento? Aquele em que aceitamos com gratidão tudo o que nos chega, tanto o bom como o mau. Porque Deus está sempre presente, acompanhando-nos, alegrando-se connosco e sofrendo ao nosso lado. Porque, como nos recorda o Concílio, "o Filho de Deus, com a sua encarnação, uniu-se de certo modo a cada ser humano". Ou seja, com cada bebé, com cada criança, com cada adolescente, com cada jovem, com cada mulher adulta ou madura, com cada pessoa idosa....

Somos chamados a santificar com Ele cada momento da nossa vida, com as suas riquezas e as suas carências, com as suas virtudes e os seus defeitos. A felicidade consiste em poder elevar cada etapa ao nível de Deus, como fez Jesus.

Assim, os jovens que se preparam para viver o JMJAproveita o momento, abre os teus ouvidos às palavras que o Santo Padre te vai dar e o teu coração ao que o Espírito Santo te vai dizer através dele. Não é preciso esperar pelo amanhã, não é preciso esperar crescer para alcançar a plenitude da vida e da felicidade. Agora é uma oportunidade única, não a desperdices.

E nós, que já não somos jovens, vamos ser empurrados para um canto, como alguns querem que façamos, para nos sentirmos culpados por sermos velhos, ou vamos fazer figura de parvos, tornando-nos eternos adolescentes? Nada disso! Aproveitemos também a oportunidade que nos é dada pelo momento de vida em que cada um de nós se encontra.

E para aqueles que envelhecem, que não percam a esperança. Que procurem a voz de Deus por detrás de cada ruga, de cada joelho dorido, de cada cabelo que cai ou embranquece. São a preparação para o melhor e maior encontro mundial da história, são sinais do chamamento para a grande JMJ que nos espera, onde todos começaremos a viver juntos na eterna juventude.

O autorAntonio Moreno

Jornalista. Licenciado em Ciências da Comunicação e Bacharel em Ciências Religiosas. Trabalha na Delegação Diocesana dos Meios de Comunicação Social em Málaga. Os seus numerosos "fios" no Twitter sobre a fé e a vida diária são muito populares.

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