A pressão para introduzir o que é frequentemente referido como ideologia do género na educação, costumes e várias esferas continua em muitos lugares e está a aumentar. Se o segundo termo da expressão, género, adquiriu novos e discutíveis usos linguísticos sob esta pressão, o primeiro, ideologia, sugere que o conteúdo desta forma de pensar faz parte da sucessão de abordagens que nos tempos contemporâneos têm procurado minar, uma após outra, o significado transcendente da vida humana.
A fé cristã, que não é uma ideologia, no entanto lança luz sobre os acontecimentos e lembra-nos que a diferença (que não significa desigualdade) entre homens e mulheres vem do desígnio criativo de Deus. É por isso que o recente Magistério, tanto do Papa Francisco como dos Papas anteriores, apontou as deficiências desta abordagem e, em particular, não só ao nível do desacordo intelectual ou teórico, mas também em resposta à tentativa de a impor nas várias esferas da vida social; é contra este pano de fundo que Francisco denunciou repetidamente a ideologia do género como uma "colonização ideológica" que visa "mudar a mentalidade ou a estrutura". de um povo.
Na prática, e também na intenção dos seus criadores, a ideologia do género torna-se pressão, e a pressão torna-se imposição, por exemplo, quando procura dominar a legislação, sobretudo a legislação educativa (entrando assim na consciência dos menores, para influenciar desde a raiz) e para tornar obrigatória a observância dos seus princípios em todos os campos. A batalha pelo género já está bem encaminhada na arena legislativa em muitos países. Se a ideologia "colonizadora" encontrou pouca resistência no domínio das ideias, como se assinala num artigo sobre o assunto nesta edição da revista, é desejável que legisladores, políticos, professores e educadores assumam agora a responsabilidade.
A opinião de que a nossa consciência do que está a acontecer e da necessidade de agir com prudência e clareza não parece ser suficiente é muito plausível. Nem deve surpreender que haja uma rejeição de recordar a verdade do ser humano e revelar a fictícia de um género socialmente construído, protegido pelo clima de permissividade moral e relativismo. Em última análise, como diz o autor do artigo, "a orientação abertamente unilateral nas suas abordagens impede o diálogo necessário".como é natural e próprio de qualquer ideologia.