Este ano académico será sem dúvida marcado eclesialmente pela celebração do Dia Mundial da Juventude, convocado pelo Papa Francisco em Lisboa. O lema escolhido pelo sucessor de Pedro nesta ocasião é "Maria levantou-se e partiu sem demora" (Lc 1,39). Com isto, Francisco propõe aos jovens a atitude da Virgem Maria como um modelo a seguir quando, ao saber que a sua prima Isabel estava grávida, correu para a montanha para a ajudar.
Este evento eclesial que iremos viver de 1 a 6 de Agosto de 2023 deve ser preparado da melhor forma possível se quisermos que dê o máximo fruto. Temos um ano inteiro para o fazer. E o Papa traça um caminho para todos nós educadores que acompanhamos os jovens nesta peregrinação à capital portuguesa: propor o modelo da jovem Maria na sua viagem a Ain-Karim, a aldeia onde vivia o seu parente.
Há vários marcos que podemos ter em conta ao planear uma viagem educacional que prepara os corações dos jovens para a grande experiência do Verão. O modelo daquela rapariga que acaba de receber a notícia de que seria a mãe de Deus e as suas atitudes vitais serão sem dúvida a melhor referência que podemos propor e cultivar entre os nossos jovens. Gostaria de salientar alguns itens que nos podem ajudar na concepção de um projecto pastoral e educativo para este ano académico.
Auto-esquecimento
Maria recebe o anúncio do anjo de que foi a mulher escolhida para ser a mãe do messias, mas não permanece egocêntrica, mas esquece-se e está atenta ao que o seu primo precisa. Este auto-esquecimento é uma grande proposta, claramente contra a maré, audaciosamente revolucionária. Será como música de fundo durante todo o ano. Esquecermo-nos de nós próprios, parar de olhar para o umbigo, olhar para cima e descobrir as necessidades dos outros.
Saiu à pressa
Sem demora, Maria parte para ajudar o seu primo. Ela não se detém em compromissos abstractos, etéreos ou sentimentais, mas começa a trabalhar. Temos de encorajar os jovens a saltar do sofá, a destacarem-se do ecrã, a envolverem-se seriamente com a realidade. E para o fazer, ultrapassando a preguiça que nos arrasta sempre de volta às coisas mais confortáveis. O caminho para Lisboa deve ser concretizado em acções de ajuda aos outros que nos tiram do nosso conforto e preguiça. Temos de ajudar os nossos jovens a realizar e pôr em acção o seu desejo de se doarem aos outros.
A revolução da alegria
Assim que Maria entrou na casa de Isabel, a criança no seu ventre saltou de alegria. Elizabeth canta em louvor a Maria, cuja visita inesperada enche toda a casa de alegria e alegria. E a própria Maria entra numa canção a cantar o Magnificat. Maria carrega a revolução da alegria para onde quer que ela vá. A nossa viagem a Lisboa deve ser marcada por essa alegria que nasce da doação de si próprio aos outros. E deve materializar-se numa cultura que traz um sorriso aos nossos lábios, que bane a queixa dos nossos corações, que se torna bem-vinda e carinhosa. A alegria deve ser a marca do cristão, como nos tem pedido o Papa Francisco desde o início do seu pontificado.
Com Jesus no ventre
E um último marco nesta viagem é a actualização da presença de Jesus nas nossas vidas. Maria carregou-o no seu ventre durante todo este tempo. Essa é a força motriz da sua vida, essa é a causa da alegria que transborda. Com ela, ao longo das estradas da Palestina, tem lugar a primeira procissão de Corpus Christi. Viver de Cristo, especialmente no sacramento da Eucaristia, e levá-lo aos outros, são também dois marcos que podemos colocar-nos a caminho da JMJ. Cuidar das nossas celebrações eucarísticas e fazer alguma acção evangelizadora como um grupo para ajudar outros a encontrar Jesus, ajudar-nos-á a entrar na escola de Maria.
Que nos preparemos bem para este importante acontecimento e aproveitemos esta oportunidade de evangelização que nos é oferecida pelo Papa Francisco, que, a propósito, está tão perto de nós desta vez. E que, a propósito, está tão perto de nós desta vez - que prenda!
Delegado docente na Diocese de Getafe desde o ano académico de 2010-2011, realizou anteriormente este serviço no Arcebispado de Pamplona e Tudela durante sete anos (2003-2009). Actualmente combina este trabalho com a sua dedicação à pastoral juvenil, dirigindo a Associação Pública da Fiel 'Milicia de Santa María' e a associação educativa 'VEN Y VERÁS'. EDUCACIÓN', da qual é presidente.