Estados Unidos da América

A nova geração de padres americanos

A Conferência Episcopal dos Estados Unidos publicou recentemente um estudo sobre as vocações sacerdotais nos Estados Unidos. Neste artigo, destacamos alguns dos dados mais significativos.

Paloma López Campos-8 de Junho de 2023-Tempo de leitura: 4 acta
Seminários

Um seminarista reza o terço num seminário em Nova Iorque (CNS photo/Gregory A. Shemitz)

Há quem diga que há cada vez menos padres, e não estão enganados. No entanto, continuam a existir homens que dão toda a sua vida a Deus. Um estudo efectuado pelo Conferência dos Bispos Católicos dos EUA mostra que Deus continua a chamar as pessoas a deixarem tudo e a seguirem-no.

Por ocasião do Dia Mundial de Oração pelas Vocações, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos divulgou estes números. Os dados provêm de um inquérito realizado pelo CARA (Center for Applied Research in the Apostolate), que faz parte da Universidade de Georgetown.

O inquérito foi enviado aos seminaristas que vão ser ordenados sacerdotes este ano, e dos 458 a quem foi enviado, 334 responderam. Neste artigo, apresentamos algumas das informações mais significativas contidas no estudo.

Informação e estrutura

As perguntas do inquérito eram muito variadas. Os inquiridos foram convidados a seminaristas para dar respostas sobre a sua formação, discernimento, experiência profissional anterior ou a idade em que consideraram o sacerdócio pela primeira vez.

Com as informações obtidas, o documento final foi dividido em oito secções, incluindo gráficos que detalham as respostas dos inquiridos.

Sacerdotes diocesanos e religiosos

Os seminaristas que responderam ao inquérito representam 116 dioceses americanas e 24 institutos religiosos diferentes. No total, 81 % deles serão ordenados padres diocesanos, enquanto 19 % serão ordenados numa ordem religiosa.

As dioceses ou arquidioceses com o maior número de seminaristas são Arlington, Miami, Dallas e Cincinnati. Em termos de congregações, a maioria dos homens a serem ordenados este ano são da Ordem de São Bento e da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos.

A relação dos seminaristas com a sua diocese ou congregação parece ser estreita, tendo em conta os dados. Em média, os próximos sacerdotes diocesanos vivem na sua diocese há 16 anos. Os religiosos, por outro lado, conhecem os seus irmãos na congregação há cinco anos, em média.

Em termos do local onde estudaram, a grande maioria dos dois grupos estabelecidos provinha de seminários do sul dos Estados Unidos ou do Midwest. O menor número de estudantes veio do Oeste, com apenas 13 % dos inquiridos. Isto sem contar com os que se prepararam fora do país, que representam 7 %.

Jovens sacerdotes

A idade em que os seminaristas começam a considerar a vocação sacerdotal é, em geral, bastante precoce. As respostas indicam uma idade média de 16 anos (15 para os diocesanos, 17 para as congregações). Além disso, em geral, os religiosos começaram a considerar a possibilidade de se tornarem padres dois anos mais tarde do que os padres diocesanos.

Por outro lado, a idade média de ordenação é de 33 anos, pelo que se pode concluir que se trata de vocações jovens.

Cortina cultural

64 % dos seminaristas a serem ordenados são caucasianos, 10 % são hispânicos ou latinos e 6 % são negros ou afro-americanos. A grande maioria nasceu nos Estados Unidos (75 %), o que mostra que este é o berço das vocações nativas. Os países de origem mais frequentes nas respostas são o México, o Vietname, a Nigéria e a Colômbia. No total, os inquiridos provêm de 28 nações diferentes.

No que respeita ao modelo educativo, apenas 11 % dos homens estudaram em casa. Além disso, a grande maioria dos seminaristas tem algum tipo de formação universitária ou de licenciatura. No entanto, apenas 16 % obtiveram um diploma universitário.

Em termos de escola, quase metade dos inquiridos (43 %) estudou numa escola primária católica, um número que diminui no ensino secundário (34 %) e no nível universitário (35 %).

Raízes familiares

93 % dos seminaristas foram baptizados em criança e 7 % converteram-se mais tarde, em média aos 22 anos. É também importante notar que 84 % dos inquiridos afirmam que tanto o pai como a mãe são católicos. Mas apenas 33 % têm um membro da família que é padre ou religioso.

A unidade parental é um dado significativo. 92 % referiram que os seus pais eram casados e viviam juntos, enquanto os filhos de pais separados representam apenas 4 %.

Práticas religiosas

73 % dos homens disseram que frequentavam regularmente a missa antes de entrar no seminário e 66 % disseram que rezavam o terço. Por outro lado, 72 % ajudavam na missa como acólitos e 52 % também faziam parte do grupo de jovens da paróquia.

No entanto, é surpreendente que o número máximo de participantes em eventos como a Conferência FOCUS Seek ou o Dia Mundial da Juventude seja de apenas 11 % no evento mais popular, organizado pela Universidade Franciscana.

Principal influência: outros padres

Outra pergunta do inquérito questiona os futuros padres sobre as pessoas que os influenciaram a considerar o sacerdócio. A maioria dos homens (63 %) afirma que um pároco os incentivou a considerar a possibilidade de entrar no seminário. É interessante notar que os amigos ocupam uma posição mais elevada na percentagem de respostas (40 %) do que as mães (37 %) ou os pais (29 %).

Quanto às pessoas que os incentivaram a não entrar no seminário, a maioria afirmou que ninguém os tentou dissuadir (52 %), embora uma percentagem elevada tenha encontrado esse tipo de oposição (48 %).

Entre as pessoas que mais se opuseram, contam-se alguns membros da família (21 %), para além dos pais. A segunda resposta mais frequente foi um amigo ou parceiro (21 %), enquanto os pais e as mães foram 10 %.

Conclusão

De um modo geral, verifica-se que as jovens vocações sacerdotais estão a florescer nos Estados Unidos e que existem alguns padrões que facilitam que os rapazes considerem a possibilidade de se entregarem totalmente a Deus, como a unidade dos casamentos ou a familiaridade com a religião desde tenra idade.

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