Vaticano

Papa pede para evitar "o diálogo com o diabo" em tentações

No Angelus do primeiro Domingo da Quaresma, Francisco convidou-nos a "evitar discutir com o diabo e a responder orando com a Palavra de Deus", seguindo o exemplo de Jesus, que, perante as tentações, "não dialoga com o diabo, não negoceia com ele, mas rejeita as suas insinuações com as palavras benéficas das Escrituras".

Francisco Otamendi-26 de Fevereiro de 2023-Tempo de leitura: 3 acta
o papa domingo emprestado

Foto: O Papa no Angelus no Primeiro Domingo da Quaresma ©Vatican Media

Para superar "o apego às coisas, a desconfiança e a sede de poder, três tentações frequentes e perigosas que o diabo usa para nos dividir do Pai e nos fazer sentir que já não somos irmãos uns dos outros, para nos levar à solidão e ao desespero", o Papa Francisco aconselhou no Angelus do primeiro domingo do mês, "que devemos ser capazes de superar as tentações do diabo para nos apegarmos cada vez mais às coisas, à desconfiança e à sede de poder. Quaresma "evite discutir com o diabo e responda orando com a Palavra de Deus".

Jesus "não dialoga com o diabo, ele não negoceia com ele", disse o Papa. "Este é um convite para nós: não discutam com o diabo! Ele não deve ser derrotado ao lidar com ele, mas sim ao opor-se-lhe na fé com a Palavra divina. Deste modo, Jesus ensina-nos a defender a nossa unidade com Deus e uns com os outros dos ataques daquele que se divide. E nós precisamos de unidade!" 

O Evangelho para este primeiro Domingo de Quaresma apresenta Jesus no deserto tentado pelo diabo (cf. Mt 4,1-11). "Diabo" significa 'aquele que se divide'. O seu nome diz-nos o que ele faz: ele separa-se. É o que ele também pretende fazer ao tentar Jesus. Vejamos agora de quem o quer dividir, e de que forma", disse o Romano Pontífice da janela do seu estudo no Palácio Apostólico do Vaticano, na Praça de S. Pedro.

A quem o diabo quer separar Jesus, perguntou ele, e respondeu dando como exemplo a unidade das Pessoas divinas. "Pouco antes de Jesus ser tentado, quando é baptizado por João no Jordão, o Pai chama-lhe 'meu Filho amado' (Mt 3,17), e o Espírito Santo desce sobre ele sob a forma de pomba (cf. v. 16). O Evangelho apresenta-nos, assim, as três Pessoas divinas unidas no amor. Não só: o próprio Jesus dirá que Ele veio ao mundo para nos tornar participantes da unidade que existe entre Ele e o Pai (cf. Jo 17,11). O diabo, pelo contrário, faz o contrário: entra em cena para dividir Jesus do Pai e para o afastar da sua missão de unidade para nós". 

"Três venenos potentes

O maligno tenta então incutir em Jesus três "potentes venenos", para paralisar a sua missão de unidade, continuou Francisco. "Estes venenos são apego às coisas, desconfiança e poder: "Segue os critérios do mundo, alcança tudo por ti mesmo e serás poderoso! Terrível, não é?" 

"Mas Jesus vence as tentações, evitando discutir com o diabo e responder com a Palavra de Deus", disse o Papa, tal como foi observado no início. "Tentemos, ele nos ajudará nas tentações, porque, entre as vozes que agitam dentro de nós, a voz benéfica da Palavra de Deus ressoará". 

O Papa concluiu voltando-se para a Virgem Maria. "Que Maria, que aceitou a Palavra de Deus e pela sua humildade derrotou o orgulho daqueles que dividem, nos acompanhe na luta espiritual da Quaresma", encorajou ele.

Terra Santa, Burkina Faso, migrantes, Ucrânia, sírios, turcos

Depois de rezar a oração mariana do Angelus e de transmitir a Bênção, o Papa referiu-se a "dolorosas notícias" da Terra Santa, "tantas pessoas mortas, incluindo crianças, uma espiral de violência". O Papa Francisco renovou o seu apelo para que "o diálogo prevaleça sobre o ódio e a vingança", e "rezo a Deus pelos palestinianos e israelitas, para que possam encontrar o caminho da fraternidade e da paz, com a ajuda da comunidade internacional", acrescentou ele.

O Santo Padre manifestou também a sua forte preocupação com "a situação no Burkina Faso, onde os ataques terroristas continuam", e convidou "a rezar pelo povo daquele amado país, para que a violência que sofreu não o faça perder a fé no caminho da democracia, da justiça e da paz".

O Papa também mencionou com tristeza o naufrágio ao largo da costa da Calábria, perto de Crotone (Itália), do qual foram recuperados 40 mortos, muitos dos quais crianças. "Rezo por cada um deles, por aqueles que estão desaparecidos, e pelos outros migrantes e sobreviventes". "Que Nossa Senhora sustente estes nossos irmãos e irmãs", rezou ele.

O Romano Pontífice pediu que "não esqueçamos a tragédia da guerra na Ucrânia", nem "a dor dos povos sírio e turco por causa do terramoto". Francisco recordou também o 50º aniversário da associação italiana de doação de órgãos, que "promove a vida através destas doações", e o próximo Dia Mundial das Doenças Raras, que será depois de amanhã. Encorajou as associações de doentes e suas famílias, e pediu que "especialmente para as crianças, não falte a nossa proximidade para as fazer sentir o amor e a ternura de Deus".

O autorFrancisco Otamendi

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