Vaticano

"A confiança liberta, o medo paralisa", diz o Papa

Loreto Rios-19 de novembro de 2023-Tempo de leitura: 3 acta
Francisco

Angelus ©OSV

No Angelus, o Papa reflectiu sobre o Evangelho deste domingo: a parábola dos talentos. Francisco apontou dois modos diferentes de se relacionar com Deus: "O primeiro modo é o daquele que enterra o talento recebido, que não sabe ver a riqueza que Deus lhe deu: não confia nem no Senhor nem em si mesmo. (...) Diante dele, tem medo. Não vê o apreço, não vê a confiança que o patrão deposita nele, mas vê apenas o comportamento de um patrão que quer mais do que dá, de um juiz. É esta a imagem que ele tem de Deus: não é capaz de acreditar na sua bondade, não é capaz de acreditar na bondade do Senhor para connosco. É por isso que ele se bloqueia e não se deixa envolver pela missão que recebeu.

Vejamos então a segunda forma, nos outros dois protagonistas, que retribuem a confiança do seu mestre, confiando nele em troca. Estes dois investem tudo o que receberam, mesmo que não saibam à partida se tudo irá correr bem: estudam, analisam as possibilidades e procuram prudentemente o melhor; aceitam o risco de apostar. Confiam, estudam e arriscam. Têm a coragem de agir livremente, de forma criativa, gerando novas riquezas.

Medo ou confiança

O Papa resumiu estas duas atitudes da seguinte forma: "Esta é a escolha que temos diante de Deus: medo ou confiança. Ou se tem medo diante de Deus ou se tem confiança no Senhor. E nós, como os protagonistas da parábola, - todos nós - recebemos talentos, todos nós, mais valiosos do que o dinheiro. Mas muito do modo como os investimos depende da confiança no Senhor, que liberta o nosso coração, nos torna activos e criativos na prática do bem. Não nos esqueçamos disto: a confiança liberta, sempre, o medo paralisa. Recordemos: o medo paralisa, a confiança liberta. Isto aplica-se também à educação dos filhos. E perguntemo-nos: acredito que Deus é pai e que me confia dons porque confia em mim? E eu, confio nele até ao ponto de jogar sem desanimar, mesmo quando os resultados não são certos ou garantidos? Sei dizer todos os dias na oração: "Senhor, confio em ti, dá-me força para avançar; confio em ti, nas coisas que me deste; diz-me como realizá-las"? Por fim, também como Igreja: cultivamos nos nossos ambientes um clima de confiança, de apreço mútuo, que nos ajuda a avançar juntos, que desbloqueia as pessoas e estimula a criatividade do amor em cada um?

Beatificação dos mártires da Guerra Civil

No final do Angelus, o Papa recordou os mártires da Guerra Civil Espanhola que foram beatificados: "Ontem, em Sevilha, foram beatificados Manuel González-Serna, sacerdote diocesano, e os seus dezanove companheiros, sacerdotes e leigos, mortos em 1936, no clima de perseguição religiosa durante a Guerra Civil Espanhola. Estes mártires deram testemunho de Cristo até ao fim. Que o seu exemplo seja um conforto para os muitos cristãos que, no nosso tempo, são discriminados pela sua fé. Aplaudamos os novos beatos.

Recordou também aos povos de Myanmar, da Ucrânia e da Terra Santa: "A paz é possível. A paz é possível, a paz é possível. A paz é possível. Não nos resignemos à guerra! E não esqueçamos que a guerra é sempre, sempre, sempre uma derrota. Só os fabricantes de armas ganham", disse depois de os mencionar.

Dia Mundial do Pobre

O Papa recordou ainda o Dia Mundial dos Pobres, que se celebra hoje: "Celebramos hoje o VII Dia Mundial dos Pobres, que este ano tem como tema 'Não vires o teu rosto aos pobres' (Tb 4,7). Agradeço a todos os que, nas dioceses e paróquias, tomaram iniciativas de solidariedade com pessoas e famílias que enfrentam dificuldades de subsistência.

Por fim, pediu também, como de costume, que rezassem por ele.  

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