Vaticano

"A glória é amar até ao ponto de dar a vida, diz o Papa

Como faz todos os domingos, o Papa Francisco rezou o Angelus e fez uma breve reflexão sobre o Evangelho de hoje.

Loreto Rios-17 de março de 2024-Tempo de leitura: 2 acta

Angelus ©OSV

No quinto domingo da Quaresma, o Papa reflectiu sobre o Evangelho de hoje, no qual Jesus explica que "na sua Cruz, veremos a sua glória e a glória do Pai", lendo o seu próprio discurso nessa ocasião.

Francisco deteve-se sobre este aparente paradoxo: "Mas como é possível que a glória de Deus se manifeste precisamente ali, na Cruz? Poder-se-ia pensar que isso aconteceria na Ressurreição, não na Cruz, que é uma derrota, um fracasso. Pelo contrário, hoje Jesus, falando da sua paixão, diz: "Chegou a hora de o Filho do Homem ser glorificado" (v. 23). O que é que ele nos quer dizer?

A resposta é que, para Jesus, glorificar-se é amar e dar-se a si mesmo: "Ele quer dizer-nos que a glória, para Deus, não corresponde ao sucesso humano, à fama ou à popularidade: não tem nada de autorreferencial, não é uma manifestação grandiosa de poder seguida do aplauso do público. Para Deus, a glória é amar até ao ponto de dar a vida. Glorificar-se, para ele, significa dar-se, tornar-se acessível, oferecer o seu amor. E isso aconteceu de forma culminante na Cruz, onde Jesus manifestou plenamente o amor de Deus, revelando plenamente o seu rosto de misericórdia, dando-nos a sua vida e perdoando aqueles que o crucificaram".

Neste sentido, o Pontífice comentou que a Cruz é a "sede de Deus": "A partir da Cruz, "sede de Deus", o Senhor ensina-nos que a verdadeira glória, aquela que nunca desaparece e nos torna felizes, é feita de entrega e de perdão. A entrega e o perdão são a essência da glória de Deus. E são para nós o caminho da vida. Entrega e perdão: critérios muito diferentes dos que vemos à nossa volta, e também em nós próprios, quando pensamos na glória como algo a receber e não a dar; como algo a possuir e não a oferecer. Mas a glória mundana passa e não deixa alegria no coração; nem sequer conduz ao bem de todos, mas à divisão, à discórdia, à inveja".

Depois de nos convidar a refletir sobre qual a glória que procuramos nesta vida, se agradar ao mundo ou a Deus, o Papa concluiu recordando que "quando damos e perdoamos, a glória de Deus brilha em nós" e pedindo a intercessão de Maria: "Que a Virgem Maria, que seguiu Jesus na fé na hora da Paixão, nos ajude a ser reflexos vivos do amor de Jesus".

No final do Angelus, o Papa falou dos religiosos libertados no Haiti, raptados a 23 de fevereiro, e apelou à libertação dos outros dois religiosos e das outras pessoas ainda mantidas como reféns.

Por outro lado, recordou que devemos continuar a rezar pelo fim das guerras, mencionando em particular as da Ucrânia, da Palestina e de Israel, do Sudão do Sul e da Síria, "um país que sofre há tanto tempo com a guerra".

Francisco saudou também os vários grupos presentes, com uma menção especial aos maratonistas que participam na Corrida da Solidariedade. Por fim, como de costume, o Papa pediu aos fiéis presentes que não se esquecessem de rezar por ele.

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