Evangelho

Olhar para a Cruz. Exaltação da Santa Cruz

Joseph Evans comenta as leituras da Exaltação da Santa Cruz.

Joseph Evans-11 de setembro de 2024-Tempo de leitura: 2 acta

Na sua viagem pelo deserto em direção à Terra Prometida, o povo perdeu a paciência e deu uma interpretação negativa a todos os acontecimentos recentes que tinha vivido. Falaram contra Deus e Moisés: "Porque nos fizeste sair do Egito para morrermos no deserto? Não temos pão nem água, e estamos nauseados com este pão sem substância". É o diabo que azeda e negativiza tudo, como fez desde o início da criação, levando Adão e Eva a concentrarem-se apenas na árvore proibida e não em todas as outras de que podiam comer.

Deus tinha dado tudo aos israelitas. Tinha-os salvado, tinha-os feito atravessar o mar que milagrosamente se abriu para eles, tinha afogado os egípcios, tinha dado aos israelitas água, pão e carne no deserto. E agora queixam-se. Como resultado, Deus castigou-os. "O Senhor enviou entre o povo serpentes ardentes, que o morderam, e muitos de Israel morreram. (Nm 21,6). Estas serpentes ardentes fazem lembrar a primeira serpente do Jardim do Éden, Satanás, que vive no fogo do inferno, embora esteja ativo na terra. 

Quando nos queixamos e nos deixamos levar pela cólera e pela amargura, é como se serpentes ardentes estivessem a rastejar dentro de nós. É o demónio que nos faz concentrar naquilo que não temos e assim esquecer todas as bênçãos que Deus nos deu, em tudo o que está mal e faz-nos esquecer tudo o que está bem. 

Como estas serpentes estão activas dentro de nós! Temos de as pisar e de as expulsar. É preciso, sobretudo, invocar Cristo, que é o grande destruidor das serpentes: ele fere a cabeça da serpente (Gn 3,15). Mas primeiro Jesus tem de deixar que a serpente o morda. Tem de tomar sobre si todo esse veneno e, de certa forma, dentro de si, para o vencer. Quando Satanás nos morde, envenena-nos. Quando Satanás "mordeu" Cristo, ele, Satanás, foi envenenado: com o "veneno" do amor e da humildade de Jesus, que são mortais para ele. Jesus tomou todo esse veneno, o veneno do pecado, sobre si e dentro de si (permanecendo sem pecado) e tornou-se ele próprio o grande antídoto, a grande vacina contra ele. Sim, matou-o, de certa forma, temporariamente. 

Uma parte do veneno é a morte e, para tirar todo o veneno, Jesus teve de sofrer também a morte. Mas ele venceu o pecado e a morte, venceu o veneno. A festa de hoje convida-nos a olhar sempre de novo para a Cruz, para aquele que foi "levantado" para a nossa salvação, a vê-la, olhá-la e contemplá-la com os olhos da alma.

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