Leituras dominicais

Partilhar a vida eterna. 20º Domingo do Tempo Comum (B)

Joseph Evans comenta as leituras do XX Domingo do Tempo Comum e Luis Herrera apresenta uma breve homilia em vídeo.

Joseph Evans-16 de agosto de 2024-Tempo de leitura: 2 acta

Na primeira leitura de hoje, a sabedoria é descrita como um alimento. "Vem comer do meu pão, bebe o vinho que misturei", grita a sabedoria, personificada como uma mulher. É uma boa metáfora. É certo que não queremos comer o pão da insensatez: "A boca do insensato alimenta-se de insensatez", diz-nos mais tarde o livro dos Provérbios (Pv 15,14). E São Paulo adverte-nos na segunda leitura: "Não vos embriagueis com o vinho, que leva à devassidão".

Mas o que era apenas uma metáfora no Antigo Testamento torna-se a verdade mais literal em Cristo. Podemos verdadeiramente comer a sabedoria na pessoa de Cristo, pois Ele é a "sabedoria de Deus" (1 Cor 1,24). E comer dele não é uma metáfora. É absolutamente real e literal, como insiste Nosso Senhor no Evangelho de hoje.

Chegámos agora ao ponto do Evangelho de João em que Jesus faz uma revelação completa e explícita da Eucaristia, o sacramento da Sua presença, que Ele explica neste discurso e que instituirá na Última Ceia. Em tudo o que Nosso Senhor diz não há lugar para dúvidas. "E o pão que eu vou dar é a minha carne para a vida do mundo". Isto escandalizou os judeus: "Os judeus discutiam entre si: "Como pode este homem dar-nos a sua carne a comer? Mas, em vez de recuar ou dizer que estava a falar apenas metaforicamente, insiste ainda mais: "Em verdade, em verdade vos digo: se não comerdes a carne do Filho do Homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós. A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue é verdadeira bebida".

Ao comer a carne de Cristo, ele vive em nós e nós vivemos nele, e viveremos para sempre, ensina Jesus. 

O Eucaristia é a derradeira comunhão à mesa: não é apenas uma refeição partilhada com um ente querido, é comer o ente querido. Nos primeiros tempos da Igreja, os pagãos pensavam que os cristãos praticavam ritos canibais, mas nada podia estar mais longe da verdade. O mal do canibalismo é a destruição do comido. Na Eucaristia, Cristo não é destruído: pelo contrário, torna-nos participantes da sua vida eterna.

E assim, sim, esta receção de Cristo, o próprio Deus sob a forma de pão e de vinho, leva-nos a viver no Espírito: "Enchei-vos do Espírito", diz São Paulo. A receção frequente e fiel da Eucaristia conduz-nos ao nosso estado eterno após a ressurreição da carne, à união perfeita do corpo e do espírito, Cristo vivo em nós para vivermos "em abundância", em plenitude (Jo 10,10).

Homilia sobre as leituras de domingo 20º Domingo do Tempo Comum (B)

O padre Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.

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