Evangelho

Manter a chama acesa. 32º Domingo do Tempo Comum (A)

Joseph Evans comenta as leituras do 32º Domingo do Tempo Comum e Luis Herrera apresenta uma breve homilia em vídeo.

Joseph Evans-9 de novembro de 2023-Tempo de leitura: 2 acta

A parábola das virgens sábias e das virgens loucas é uma das parábolas mais dramáticas de Nosso Senhor e fala-nos de um dos temas mais importantes: a nossa entrada ou exclusão do céu.

A Igreja oferece-nos hoje esta parábola, contextualizando-a através da primeira leitura, do livro da Sabedoria, que exalta a grandeza da sabedoria, e da segunda leitura, em que São Paulo fala da segunda vinda de Cristo e daqueles que ressuscitarão para uma vida nova com ele.

A sabedoria não é muito valorizada na sociedade contemporânea - estamos mais preocupados com a nossa aparência, ou com a nossa influência, ou com a nossa posição social - mas era muito valorizada na antiguidade e há vários livros do Antigo Testamento sobre ela. Ao associar uma leitura sobre a sabedoria à parábola das virgens sábias e das virgens loucas, a Igreja ensina-nos que a verdadeira sabedoria é aquela que nos conduz ao céu. 

As decisões sensatas são as que nos conduzirão à vida eterna com Deus. Por isso, sempre que tivermos de tomar uma decisão, é bom perguntarmo-nos a nós próprios: este curso de ação levar-me-á ao Céu? Se a resposta for "sim", devemos fazê-lo. Se a resposta for "não", devemos fazê-lo. Se a resposta for "não", não o devemos fazer.

A parábola é muito rica e tem as suas raízes nos costumes nupciais do tempo de Jesus, em que as jovens solteiras iam ao encontro do noivo à noite, para o acompanharem com lâmpadas acesas até à casa da noiva. Iam assim como representantes da noiva e eram "virgens" e, portanto, supostamente castas. 

É assustador pensar que os membros castos da Igreja, que é a esposa de Cristo, possam também ser excluídos do céu. Pode-se viver uma forma de castidade, mas deixar que o óleo da alma se esgote. Que óleo extra é esse? Numerosos Padres da Igreja e escritores espirituais deram a sua interpretação. Pode ser a caridade, a humildade ou a graça de Deus. Se calhar, é tudo isto.

Fala-nos dessa reserva espiritual da nossa alma que nos permite perseverar quando Deus parece desaparecer da nossa vida, quando caímos na escuridão do sono (o que, ensina Jesus nesta parábola, acontece a todos nós).

Há sempre uma certa obscuridade na vida cristã e podemos sentir a aparente ausência de Deus com maior ou menor intensidade em diferentes momentos da nossa vida.

Pode haver momentos de escuridão, em que parece que estamos a dormir, num casamento ou numa vocação celibatária, mas depois o óleo são os bons hábitos de oração, de luta e de empenho que construímos e continuamos a viver. 

As virgens insensatas eram insensatas porque viviam apenas para a emoção da procissão, para a diversão do momento. A sabedoria vem de um coração que ama e que compreende que o amor é mais do que uma emoção.

O amor é uma busca perseverante que se mantém fiel e até cresce nos momentos de escuridão, aparentemente sem brilho, como o azeite, mas com uma chama que arde.

Homilia sobre as leituras de domingo 32º Domingo do Tempo Comum (A)

O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.

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