Vimos no artigo anterior o significado dos sacramentose porque são celebradas como são. Dissemos que os sete sacramentos correspondem a todos os momentos importantes da vida do cristão: dão nascimento e crescimento, cura e missão à vida de fé do cristão. A Eucaristia está no centro, pois contém o Autor da vida da graça divina, o próprio Cristo; por outro lado, através da misericórdia e do perdão de Deus, o sacramento da Penitência traz a cura da alma doente - a queda - e torna assim possível o crescimento do amor a Deus.
Quais são os elementos materiais, gestos humanos e palavras no sacramento da Penitência?
O Concílio de Trento estabeleceu como doutrina que o sinal sensato deste sacramento é a absolvição dos pecados pelo sacerdote, bem como os actos do penitente.
O assunto seria a contrição ou tristeza do coração por ter ofendido Deus, os pecados contados ao confessor de uma forma sincera e integral e o cumprimento da penitência ou satisfação. A este respeito, deve ser sublinhado que, para a validade do sacramento, a obrigação de confessar todos os pecados mortais ou graves de que se tem conhecimento deve ser observada.
Por outro lado, a forma seria as palavras pronunciadas pelo sacerdote - que nesse momento é o próprio Cristo, já que age "in persona Christi" - depois de ouvir os pecados: "Eu vos absolvo dos vossos pecados, em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo".
Há dois elementos fundamentais para a celebração deste sacramento. O primeiro são os actos realizados pelo penitente que deseja converter o seu coração na presença do amor misericordioso de Deus, graças à acção do Espírito Santo: arrependimento ou contrição, a confissão dos pecados e a execução da penitência. O outro elemento é a acção de Deus: como diz o Catecismo no ponto 1148, através dos sacerdotes a Igreja perdoa os pecados em nome de Cristo, decide o que deve ser a penitência, reza com o penitente e faz penitência com ele.
Normalmente, o sacramento é recebido individualmente, indo ao confessionário, dizendo os seus pecados e recebendo a absolvição individualmente. Há casos excepcionais - praticamente o estado de guerra, perigo de morte por catástrofe, e uma notória escassez de padres - em que o padre pode conceder a absolvição geral ou colectiva: são situações em que, se não fosse concedida, as pessoas permaneceriam incapazes de receber a graça sacramental durante muito tempo, sem culpa própria. Mas isto não exclui que os penitentes tenham de ir à confissão individual na primeira oportunidade e confessar os pecados que foram perdoados através da absolvição geral.
Finalmente, poder-se-ia referir à confissão geral: quando uma pessoa faz uma confissão de todos os pecados cometidos durante uma vida, ou durante um período de vida, incluindo aqueles já confessados com a intenção de obter uma maior contrição.
Porque falamos também dos sacramentos de "confissão", "reconciliação", "perdão de Deus" e "alegria"?
O sacramento da Penitência é chamado o sacramento da "confissão" porque a declaração ou manifestação dos pecados perante o sacerdote é um elemento essencial do mesmo. É um reconhecimento e louvor da santidade e misericórdia de Deus para com o homem pecador.
É também conhecido como o sacramento da "reconciliação" porque dá ao pecador o amor de Deus, que reconcilia. Este é o conselho do Apóstolo Paulo aos Coríntios: "Reconciliai-vos com Deus" (2 Cor 5,20).
É chamado o sacramento do "perdão" porque através da absolvição sacramental do sacerdote Deus concede ao penitente o perdão pelos seus pecados.
Por fim, é também um sacramento de "alegria" devido à paz e alegria que advém de receber o perdão de um Pai que compreende os seus filhos e dispensa o seu amor misericordioso tantas vezes quantas as necessárias.
Quais são o elemento material, os gestos humanos e as palavras no sacramento da Eucaristia?
A título de introdução e esclarecimento, deve notar-se que a palavra "Eucaristia" se refere tanto à celebração da Santa Missa como à presença sacramental de Cristo, que pode de facto ser reservada em tabernáculos ou tabernáculos.
O material do sacramento da Eucaristia é pão feito de farinha ázimo e vinho natural, extraído de uvas, como usado por Jesus Cristo na Última Ceia.
A forma refere-se às palavras pronunciadas pelo Senhor na instituição do sacramento, um momento da Missa chamado "transubstanciação", já que o pão e o vinho deixam de ser pão e vinho e tornam-se o corpo e o sangue de Jesus Cristo: "Tomai isto, todos vós, e comei dele, porque este é o meu Corpo que será dado por vós" (...) "Tomai isto, todos vós, e bebei dele, porque este é o meu Sangue. Sangue do novo e eterno pacto que será derramado por vós e por muitos para o perdão dos pecados".
O pão e o vinho são colocados sobre o altar, um elemento que representa liturgicamente Cristo e assim transforma esta "colocação" numa "oferta". É uma oferta espiritual de toda a Igreja, reunindo a vida, os sofrimentos, as orações e o trabalho de todos os fiéis, que estão unidos aos de Cristo numa única oferta.
Na sua mensagem aos peregrinos romanos no Quaresma de 2018 O Papa Francisco recordou que cada Eucaristia consiste nos mesmos sinais e gestos que Jesus realizou na véspera da sua Paixão, na primeira Eucaristia.
Estes sinais são representados na liturgia eucarística - ou celebração - com uma multidão de detalhes gestuais que o padre que celebra a Missa põe em prática: abrir os braços em forma de cruz para significar o sacrifício escondido na Eucaristia, ajoelhar-se como sinal de adoração e reconhecimento da grandeza de Deus, elevar o cálice e a patena como oferenda ao Altíssimo, e assim por diante.