Evangelho

Amar a Deus. 31º Domingo do Tempo Comum (B)

Joseph Evans comenta as leituras do 31º Domingo do Tempo Comum e Luis Herrera faz uma breve homilia em vídeo.

Joseph Evans-31 de outubro de 2024-Tempo de leitura: 2 acta

No mundo antigo, lidar com os deuses era uma tarefa delicada. Era preciso apaziguá-los, mantê-los felizes; era um ato de equilíbrio, colocando uns contra os outros. Um deles podia ficar ciumento: Júpiter podia não gostar que Vénus recebesse demasiada atenção.

O antigo Israel compreendeu que só existia um Deus verdadeiro, um Deus que se esforçava por lhe revelar e mostrar o seu amor. O Antigo Testamento está cheio de belas declarações do amor de Deus, mas, com algumas excepções, como a do autor do salmo de hoje (Sl 17), que diz a Deus "Amo-te, Senhor, tu és a minha força".Israel nunca entendeu completamente a mensagem de que deveria retribuir a Deus. O judeu piedoso podia mostrar uma tremenda fidelidade e fé em Deus, mas não um amor terno por Deus. Deus estava a tentar cortejar Israel, mas Israel nunca "percebeu" o nível de romance esperado.

Nós podemos ser um pouco assim. Deus oferece e pede amor, como faz na primeira leitura de hoje - procura uma relação de amor - e nós só retribuímos o respeito. Ele fez-nos por amor, para o amor e para amar. O nosso "ADN" é o amor. É a nossa identidade fundamental. E Deus pede-nos com urgência que o amemos também: "Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todo o teu entendimento, de todo o teu ser.".

"Amarás o Senhor teu Deus". Ele não só ordena, mas, de certa forma, pede amor. No Evangelho de hoje, Jesus repete e confirma esta mensagem do Antigo Testamento, mas de uma forma ainda mais poderosa se considerarmos que ele próprio é Deus feito homem.

E é isso que é fundamentalmente diferente no cristianismo, porque não é uma religião inventada pelo homem. O homem nem sequer a poderia ter imaginado. Porque a realidade está muito para além da nossa compreensão. A realidade é que Deus é amor: a sua própria vida é amor. É por isso que a doutrina da Trindade não é um dogma abstrato: ela fala-nos da vida íntima de Deus, que é comunhão, relação, amor.

Nunca ninguém poderia imaginar uma religião em que o próprio Deus se tornasse vulnerável, porque tornar-se vulnerável é uma parte essencial do amor e uma parte essencial do cristianismo. Se não nos tornarmos vulneráveis, não amamos. Se não revelamos o nosso coração, os nossos sentimentos, até mesmo a nossa fraqueza ao outro, correndo o risco de rejeição ou traição, não amamos. E o cristianismo tem a ver com o facto de Deus se tornar vulnerável para merecer o nosso amor. Amar a Deus porque Deus nos criou e depois se fez homem, para que o pudéssemos amar em troca.

Homilia sobre as leituras do 31º Domingo do Tempo Comum (B)

O padre Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.

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