Evangelho

Pastores segundo o coração de Cristo. 16º Domingo do Tempo Comum (B)

Joseph Evans comenta as leituras do 16º Domingo do Tempo Comum e Luis Herrera apresenta uma breve homilia em vídeo.

Joseph Evans-18 de julho de 2024-Tempo de leitura: 2 acta

Cuidar das ovelhas é uma tarefa exigente e que consome tudo. E, por mais fracos e pecadores que sejamos, todos sentimos um sentimento de responsabilidade e de ternura para com aqueles que estão ao nosso cuidado: "Se vós, pois, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos". (Lc 11,13). Somos simultaneamente ovelhas e pastores.

Certamente, somos ovelhas, e quando Jesus olhava para as multidões, como nos ensina o Evangelho de hoje, e as via como ovelhas sem pastor, tinha-nos também em mente. Por isso, Ele, o Bom Pastor, deu-nos pastores, sobretudo o Papa, a quem confiou em primeiro lugar o cuidado das ovelhas (cf. Jo 21, 15-17).

Temos de nos reconhecer como ovelhas, e isso faz parte da nossa humildade. Temos grande necessidade de proteção e há muitos lobos e feras à solta, desejosos de nos devorar (cf. Jo 10,12; 1 Pd 5,8). Se aceitarmos que precisamos dos cuidados do Bom Pastor, Ele manter-nos-á seguros no seu redil (Jo 10,1-16), dar-nos-á pastores que nos guiem e nos ensinem longamente, como ensinou à multidão.

Mas também somos pastores e isso significa que temos de suportar o fardo de cuidar dos outros, quer sejamos pais, exerçamos autoridade espiritual na Igreja ou simplesmente sintamos responsabilidade pelos irmãos, amigos, colegas ou subordinados no trabalho.

"Ai dos pastores que se dispersam e deixam perder as ovelhas do meu rebanho" - oráculo do Senhor.-Jeremias ensina na primeira leitura. Ai também dos pastores negligentes, tão preocupados com a sua própria comodidade que se descuidam das ovelhas que têm ao seu cuidado. Como Caim teve de aprender, sim, somos o guardião do nosso irmão (Gn 4,9). Aspiremos, antes, a estar entre os bons pastores que Deus promete, através de Jeremias, suscitar para cuidar e alimentar o seu rebanho. Somos bons pastores quando somos bons pais, bons sacerdotes, bons amigos ou irmãos, bons patrões ou colegas.

Mas, como no caso de Jesus, isso exigirá a perda de tempo e de conforto pessoal. Jesus tinha ouvido falar da morte de João Batista e, sem dúvida, essa foi uma das razões pelas quais quis retirar os seus discípulos para um lugar solitário. Queria ter tempo para chorar a morte do seu amigo. Também queria passar algum tempo com os discípulos para os ajudar a processar e a celebrar os seus primeiros êxitos no trabalho de evangelização. Jesus queria tempo e espaço para chorar e para se alegrar. Nenhum dos dois lhe foi concedido. As multidões vieram e isso foi o fim do seu descanso. No entanto, ensinou-lhes generosamente "uma série de coisas". Isto é ser um pastor segundo o coração de Cristo: estar disposto a renunciar ao descanso legítimo e ao cuidado de si próprio quando o cuidado dos outros o exige.

Homilia sobre as leituras de domingo 16º Domingo do Tempo Comum (B)

O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.

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