Os dois discípulos estão a contar aos apóstolos o que lhes aconteceu em Emaús e, de repente, Jesus aparece no meio deles. Ficam todos assustados e pensam que é um fantasma. Cristo tem de lhes mostrar as suas feridas. Ressuscitou com o mesmo corpo com que morreu, mas agora está glorioso. A ressurreição física de Cristo está no centro da nossa fé: não é uma metáfora.
Como disse São Paulo: "Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação e também é vã a vossa fé.". Está na moda negar a verdadeira ressurreição de Cristo, afirmando que ele não ressuscitou literalmente dos mortos. Mas nós acreditamos que a Ressurreição de Cristo é real e corporal: Jesus pode comer e ser tocado, embora, sim, o seu corpo glorioso também tenha poderes espirituais, incluindo a capacidade de estar onde quer estar quando quer estar, de atravessar portas, de aparecer e desaparecer subitamente, e de se esconder ou revelar à vontade.
Jesus come na presença dos apóstolos e os seus receios e dúvidas transformam-se em alegria. Mais uma vez, remete-os para as Escrituras: "...".E disse-lhes: "Foi isto que vos disse quando estava convosco: que se cumpra tudo o que está escrito a meu respeito na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos".. Depois abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras.". Podemos perguntar-nos: será que preciso de abrir o meu espírito? Todos nós gostamos de pensar que temos um espírito aberto. E, no entanto, quando se trata da Palavra de Deus, fechamo-nos muitas vezes.
Passamos do contacto com Cristo na sua palavra, na Escritura, para o contacto com Cristo no seu corpo, na Eucaristia. Ambos nos ajudam a ter um contacto real com Jesus ressuscitado, a vê-lo como algo mais do que um fantasma. Ele não é apenas uma recordação, é real, está vivo, triunfante hoje.
"Sois testemunhas disto". Somos nós que devemos levar a boa nova da morte salvadora e da Ressurreição gloriosa de Cristo aos nossos contemporâneos. Como Maria levou ardentemente a Palavra de Deus encarnada a Isabel e anunciou-a com tanto entusiasmo".A minha alma proclama a grandeza do Senhor, o meu espírito rejubila em Deus, meu Salvador."Poderíamos pedir-lhe que nos ajudasse a apanhar um pouco do seu fogo. E mais ainda quando agora tocamos e carregamos o corpo glorioso de Jesus que recebemos na Eucaristia.
Homilia sobre as leituras do 3º Domingo da Páscoa (B)
O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.