Evangelho

A verdadeira realeza. Solenidade de Cristo Rei

Joseph Evans comenta as leituras da solenidade de Cristo Rei e Luis Herrera faz uma breve homilia em vídeo.

Joseph Evans-23 de novembro de 2023-Tempo de leitura: 2 acta

Por muito surpreendente que possa parecer, a solenidade de Cristo Rei é uma festa bastante recente. Foi instituída em 1925 pelo Papa Pio XI, face à crescente secularização do mundo. Com ela, a Igreja quis sublinhar a soberania de Cristo sobre toda a criação, incluindo a humanidade e a sua história. 

Isto não significa, evidentemente, que em 1925 a Igreja tenha "inventado" a ideia de que Jesus é rei. A Igreja sabe, desde os apóstolos, que Cristo é rei, mas quis sublinhar esta realidade agora que o seu domínio sobre o mundo é cada vez mais questionado... O desafio inicial, também para Jesus, foi o de limpar a noção da sua realeza das conotações mundanas. 

Em várias ocasiões, vemos os judeus proclamarem-no rei, querendo que ele fosse um líder político-militar mundano que os libertasse do domínio romano. Mas, em todas as ocasiões, Jesus escapa-se, evitando qualquer tipo de realeza. Também deixou claro ao cínico Pilatos, preocupado com as ameaças à hegemonia de Roma na região, que o seu reino "...não seria de um rei".não é deste mundo"(Jo 18,36). Ao longo do ciclo trienal das leituras dominicais, a Igreja apresenta-nos diferentes aspectos da realeza de Cristo, que, como sempre, ultrapassa em muito a conceção mundana do poder e da autoridade. 

Nas leituras de hoje, com as quais encerramos o ano litúrgico, é-nos mostrado que Jesus vem no fim dos tempos para "...".julgar os vivos e os mortos"como dizemos no Credo. 

A segunda leitura diz-nos que "tudo será posto debaixo dos seus pés". Mas, como sempre, a primeira leitura ajuda-nos a compreender o Evangelho e descreve a realeza como o pastoreio do povo. Um bom rei é como um bom pastor, que cuida de todo o rebanho, mantém todos à vista, salva os desgarrados. A verdadeira realeza não consiste em dominar o povo, mas em servi-lo. Era essa a realeza de Jesus e é essa a forma de realeza que ele não só nos oferece, como espera de nós. O nosso próprio julgamento basear-se-á no facto de vivermos ou não uma forma de realeza servil.

Assim, o Evangelho é a famosa parábola das ovelhas e dos cabritos, que descreve o julgamento universal de toda a humanidade que terá lugar no fim dos tempos. As ovelhas, à direita do Senhor, que se juntarão a ele no céu, são aquelas que cuidaram dos necessitados. Essas ovelhas eram pastores cuidadosos, que usavam a autoridade que tinham, fosse ela muita ou pouca, para ajudar os outros. Viviam um reinado de serviço. Os bodes, à esquerda de Cristo, que são enviados para o inferno, são aqueles que negligenciaram seus irmãos sofredores. Usaram os privilégios de que gozavam egoisticamente e o seu poder para o prazer. A sua realeza/rei implicava o domínio sobre os outros. A escolha é difícil: que forma de realeza escolheremos? Uma conduz ao céu, a outra ao inferno.

A homilia sobre as leituras da solenidade de Cristo Rei

O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.

Boletim informativo La Brújula Deixe-nos o seu e-mail e receba todas as semanas as últimas notícias curadas com um ponto de vista católico.