Evangelho

O Amor que se dá a nós. Sexto Domingo de Páscoa (A)

Joseph Evans comenta as leituras do Sexto Domingo de Páscoa e Luis Herrera faz uma breve homilia em vídeo.

Joseph Evans-11 de Maio de 2023-Tempo de leitura: 2 acta

Ser advogado é actuar e falar em nome do outro, estar do seu lado, tomar o seu partido. Ao descrever o Espírito Santo como "outro advogado" (Jesus é o primeiro advogado: ver 1 Jo 2,1), Nosso Senhor está a ensinar-nos muito sobre a realidade do amor. Não é apenas um sentimento agradável, é uma escolha radical de apoiar os outros e de assumir a sua situação e as suas necessidades.

Deus Filho fê-lo como Jesus o fez na sua Encarnação, fazendo suas todas as coisas, assumindo finalmente os nossos pecados e a nossa miséria. Ele falou por nós sobretudo através do seu sofrimento e da sua morte, pois o seu sangue fala mais alto do que o de Abel (cf. Hebreus 12,24). O sangue de Abel tinha clamado por justiça e pela punição do seu assassino, enquanto o sangue de Cristo clamou por misericórdia para os seus carrascos, que não são apenas os judeus do seu tempo, mas também todos nós.

A apologia exprime-se tanto mais quanto mais humildes e rejeitados são aqueles que se defendem. Assim, na primeira leitura de hoje, vemos que a defesa divina chega aos samaritanos, um grupo até então odiado e desprezado pelo povo judeu. E também aos samaritanos é dado o dom do Espírito Santo, o segundo advogado, para que, doravante, possa actuar neles e através deles, falando em seu nome e permitindo-lhes defender os outros. É este o génio do amor divino: Deus não só nos dá o seu amor, mas dá-nos o poder de amar os outros e, ao fazê-lo, tornamo-nos mais divinos e amorosos - e amáveis - nós próprios. Os sujeitos da advocacia podem então advogar pelos outros.

Mas Jesus ensina-nos mais sobre o amor: "Se me amais, guardareis os meus mandamentos." Mais do que meras emoções, o amor consiste em conformar a nossa vontade e as nossas acções à vontade de outra pessoa. Qualquer declaração de amor é vazia se não estivermos dispostos a fazer a vontade do outro, desde que essa vontade não seja má, pois - se for - a atitude amorosa a adoptar é rejeitá-la. Mas com Deus, a sua vontade é sempre boa e para o nosso bem. Jesus insiste: "Aquele que aceita os meus mandamentos e os cumpre, esse ama-me". "As obras são amores, não são boas razões", como Deus disse um dia a São Josemaria. E, como disse Jesus no Evangelho de Mateus, "Nem todo aquele que me diz (Senhor, Senhor) entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus" (Mt 7,21).

Isto implica um esforço consciente para escutar Deus e levá-lo às nossas decisões quotidianas. Não podemos fazer a Sua vontade se estivermos demasiado distraídos para a escutar. Deus fala-nos também através da nossa consciência e devemos ter a sensibilidade de a escutar e de lhe obedecer, evitando toda a impetuosidade e arrogância. 

Amar é defender os outros e fazer a sua vontade. Por outras palavras, é colocá-los acima de nós próprios. Deus pede-nos isto, mas apenas porque foi o que Ele próprio fez por nós em Cristo Jesus.

Homilia sobre as leituras do Domingo VI da Páscoa (A)

O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.

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