Jesus explica o reino através de várias parábolas gráficas mas intrigantes. Não se trata de um reino poderoso, conquistador, triunfalista, que varre tudo à sua frente sem esforço. É um reino que é constantemente ameaçado, constantemente atacado, que não pode facilmente desfazer os danos que lhe são causados. É notável mais pela sua pequenez do que pelo seu tamanho. Surge através de um esforço humilde, não reconhecido, e depois actua sem ser visto.
Tudo isto fica claro nas parábolas que o Senhor utiliza no Evangelho de hoje. A primeira parábola, que se destaca como uma das poucas que Cristo explicou explicitamente, é a famosa história do inimigo que semeia joio no campo. Vemos a negligência daqueles que deveriam ter cuidado do campo. ("enquanto os homens dormiam") e a sua distração quando o resultado da incursão inimiga se revela. Querem insensatamente remover as ervas daninhas - demasiado tarde e demasiado cedo - mas o proprietário diz-lhes: "Não, ao colher o joio, podeis também arrancar o trigo. Deixai-os crescer juntos até à ceifa". Só então, no julgamento final, se distinguirão plenamente os filhos do Reino e os filhos do demónio. Agora, temos de viver no meio do mal, sabendo que o joio também pode entrar nas nossas almas.
Mas não só temos de enfrentar a realidade quotidiana do mal entre nós e dentro de nós, como também temos de aceitar a aparente fragilidade do Reino. Ele cresce inexoravelmente, mas pode parecer fraco e inexpressivo diante das forças do mal, mas no final ele sustenta muitos. "O Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda que alguém pega e semeia no seu campo; embora seja a mais pequena das sementes, quando cresce é mais alta do que os vegetais; torna-se uma árvore a tal ponto que as aves do céu vêm aninhar-se nos seus ramos."
Finalmente, "O Reino dos Céus é semelhante ao fermento, que uma mulher amassa com três medidas de farinha até levedar. Não existe glamour nesta tarefa, e o seu poder actua sem ser visto.
Por fim, Cristo voltará com poder e "Ele enviará os seus anjos e eles afastarão do seu reino todos os escândalos e todos os que praticam a iniquidade. Toda a Sua Majestade será revelada e os justos terão parte nela.Então os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai.
Se quisermos partilhar essa recompensa celestial, temos de nos manter firmes contra as investidas traiçoeiras do diabo e dos seus lacaios; temos de amassar laboriosamente o Reino de Deus nas nossas actividades diárias, sabendo que tudo o que fizermos parecerá sempre pequeno, insignificante e mal visto. No entanto, tal como os pássaros que fazem os seus ninhos nos ramos de um arbusto de mostarda, as pessoas encontrarão descanso nas estruturas que construímos e desfrutarão do bom pão fermentado que as nossas mãos amassaram com todo o cuidado.
Homilia sobre as leituras do 16º Domingo do Tempo Comum (A)
O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliaUma breve reflexão de um minuto para estas leituras dominicais.