Evangelho

A verdadeira refeição. Quinta-feira Santa na Ceia do Senhor

Joseph Evans comenta as leituras de Quinta-feira Santa sobre a Ceia do Senhor (B).

Joseph Evans-25 de março de 2024-Tempo de leitura: 2 acta

Em muitos aspectos, somos o que comemos. Se comermos apenas comida de plástico, tornamo-nos gradualmente pessoas de plástico. Se comermos comida rica e opulenta, isso cria em nós desejos snobes e pretensiosos e, se tivermos dinheiro para isso, tentamos viver vidas ricas e luxuosas. A dieta torna-se um modo de vida. Mas se comermos comida simples e caseira, preparada com amor pelas nossas esposas ou mães, isso ajuda-nos a tornarmo-nos caseiros. O amor com que a comida foi preparada entra de alguma forma em nós. A comida não é apenas um combustível, torna-se uma atitude perante a vida. O amor e a criatividade que estão presentes na comida ajudam a moldar-nos.

Isto é relevante para a festa de hoje, porque se trata da salvação através do alimento. Neste dia, Nosso Senhor Jesus Cristo instituiu a Eucaristia, dando-nos o seu corpo e sangue sob a forma de pão e vinho, e tornando sacramentalmente presente o seu sacrifício na Cruz e a sua vitória sobre a morte através da Ressurreição.

Recordemos que a condenação da humanidade começou através do alimento, quando Adão e Eva comeram do fruto proibido. Fomos condenados pela comida, mas depois Cristo salvou-nos dando-nos uma nova comida, a sua própria na Eucaristia. Perdemos a nossa dignidade comendo mal e agora somos elevados a uma dignidade maior comendo bem. A Eucaristia tem a ver com comer bem, com tornarmo-nos literalmente o alimento que comemos.

Comecei por dizer: "Em muitos aspectos, somos aquilo que comemos". E isso realiza-se na Missa. Porque o que comemos é literalmente o corpo e o sangue de Jesus, o próprio Jesus. Quando comungamos, comemos Jesus. O pão que comemos e o vinho que por vezes bebemos já não são, de facto, pão e vinho. Têm a aparência, o sabor do pão e do vinho, aquilo a que chamamos os acidentes, mas agora são o próprio Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Comemos o próprio Jesus. Com a comida comum, o alimento que recebemos torna-se nós; mas com a Eucaristia, nós tornamo-nos o alimento que recebemos. Ao receber Jesus na Comunhão, tornamo-nos mais parecidos com ele, transformamo-nos gradualmente nele. E ao tornarmo-nos mais semelhantes a ele, tornamo-nos mais semelhantes a nós próprios. Jesus instituiu a Eucaristia durante uma refeição de Páscoa, revivendo a libertação de Israel da escravatura egípcia. Pode também ajudar-nos a considerar que, através dos sacramentos, Deus nos liberta. Somos libertados do pecado para descobrirmos a nossa verdadeira identidade de filhos de Deus.

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