Na sua vida pública, Jesus viaja muito. A sua escola é itinerante, um sinal de que a vida com ele é uma viagem, e de que o seu discípulo deve segui-lo. O Evangelho fala também das mulheres que o seguem. "tinha seguido" e, portanto, eles eram seus discípulos. É surpreendente ver que Jesus não quer que se saiba que ele passa pela Galileia. Foi a sua pátria, a da sua família e a da maioria dos seus discípulos. Talvez porque não quer interrupções na sua viagem? Ou porque não quer sentir-se novamente como um profeta desprezado na sua pátria? Ou porque sabe que o seu próprio povo ainda não deu esse salto interior, não compreendeu o primeiro anúncio da sua derrota, morte e ressurreição, nem a censura que fez a Pedro quando este se opôs: "Partir de mim Satanás"e queres dedicar-te a eles?
Depois, pela segunda vez, anuncia o fim da sua missão, tão diferente das suas expectativas: "...".O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles vão matá-lo; e depois da sua morte, três dias depois ressuscitará".. Os discípulos ainda não compreendem nada deste mistério, tão distante da sua perspectiva.
Como somos discípulos de Cristo, ajuda-nos a meditar frequentemente nos modelos que nos são apresentados no Evangelho: eles não compreenderam nada, discutiram sobre quem era o maior, traíram-no, negaram-no, todos fugiram. Também aqui têm medo de o questionar, para não serem censurados como Pedro. É difícil torná-lo pior. Talvez a palavra de Deus nos diga estas coisas para nos encorajar, e os evangelistas não se escondem e não mentem. Também nos confortamos ao ver Jesus que, com todo o poder da sua palavra, não consegue entrar dentro destas cabeças duras. Ele conta com a intimidade da casa de Cafarnaum para tentar continuar o diálogo. Mas, mesmo protegidos pelas paredes da sua casa, os discípulos não têm a coragem de dizer o que estavam a discutir na estrada. Estavam a pensar em quem deveria liderar o seu grupo quando Jesus morreu, como ele já tinha previsto duas vezes. Eles sentem que esta discussão não é boa e por isso mantêm-se em silêncio. Desta vez Jesus não repreende, mas aproveita a oportunidade para voltar a ensinar. Com palavras calmas e lapidares: se alguém quiser ser um líder na igreja, a qualquer nível, deve ser o último de todos e o servo de todos.
E imediatamente a seguir, Marcos, único entre os Sinópticos, descreve o gesto do abraço de Jesus a uma criança, que ele mostra aos discípulos como objecto da sua atenção e indirectamente como um modelo. Encoraja-os a acolherem as crianças em seu nome: pois desta forma acolhem Jesus e o Pai que o enviou. Cuidar deles vai ajudá-los a esquecer o fascínio do poder. As crianças estavam entre as últimas: aqueles que querem ser os primeiros entre os discípulos de Jesus devem fazer o mesmo.
A homilia sobre as leituras do domingo 33º domingo
O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliauma breve reflexão de um minuto para estas leituras.