Leituras dominicais

"Como pérolas no ouro do cadinho". 5º Domingo da Páscoa

Andrea Mardegan comenta as leituras do V Domingo da Páscoa e Luis Herrera faz uma breve homilia em vídeo. 

Andrea Mardegan-13 de Maio de 2022-Tempo de leitura: 2 acta
Leitura de domingo

As palavras de Jesus sobre o significado misterioso da sua glorificação e sobre o novo mandamento do amor são colocadas entre a traição de Judas e a negação de Pedro, que se revela imediatamente a seguir, como pérolas no ouro do cadinho da cruz, e as traições e fraquezas dos amigos e o ódio dos inimigos. 

Judas a sair do Cenáculo é para Jesus o início da sua hora. Ele diz a palavra glorificação cinco vezes, para que não a esqueçamos. Não é certamente glória humana, porque na sua paixão ele será insultado, condenado, torturado e abandonado por todos. Por todas as autoridades, pela opinião pública, por pessoas próximas e distantes, por judeus e pagãos. Apenas a sua mãe e os seus amigos, com o discípulo amado, permanecerão para o confortar.

É, portanto, uma glória no sentido divino: naquela hora o amor infinito do Pai que deu o seu Filho pela humanidade, e o amor do Filho que assumiu cada pecado em obediência ao Pai para expiar todos eles, manifesta-se misteriosa e para sempre. Com o poder infinito deste amor vivido e manifestado, Jesus pode revelar-nos e dar-nos o seu novo mandamento. Como eu vos amei.

Não é um "como" de comparação, o amor de Deus será sempre impossível para nós vivê-lo na sua infinidade. É um "as" de fundação: como ele nos amou desta forma, então também nós, através da força que nos dá, podemos construir o nosso amor uns pelos outros. É também um "como no caminho", um exemplo que nos ensina: dar a própria vida, perder a própria vida, honra e fama. Ultrapassar e superar costumes adversos. Morrer até à morte, e uma morte da cruz. 

É um amor ligado à sua glorificação e ao seu desaparecimento da nossa vista: pela sua paixão, morte, ressurreição e ascensão, ganhou para nós o dom de nos amar desta forma. Ele deu-nos o Espírito Santo, que é o amor entre o Pai e o Filho. Podemos viver o novo mandamento do amor porque a Jerusalém celestial, como diz o Apocalipse, desce até nós.

Deus habita connosco e faz novas todas as coisas. Deus, que enxuga cada lágrima dos nossos olhos, dá-nos a graça de compreender e aceitar, como Paulo e Barnabé ensinaram aos cristãos de Antioquia, que entramos no reino de Deus. "através de muitas tribulações".

A cruz e a ressurreição recebidas no baptismo e absorvidas na nossa vida permitem-nos abordar o novo mandamento e tentar vivê-lo, como amor recíproco que se espalha continuamente e se estende em círculos concêntricos, e se multiplica, livremente, que nada procura para si, que vence o pecado e a morte. Amor que identifica a comunidade dos crentes e a faz dar frutos e crescer.

Homilia sobre as leituras do V Domingo da Páscoa

O sacerdote Luis Herrera Campo oferece a sua nanomiliauma breve reflexão de um minuto para estas leituras.

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