O Papa Francisco apelou esta manhã a um cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, para que a ajuda humanitária possa chegar à população civil, e à libertação dos reféns, e expressou a sua "profunda tristeza" pela morte de sete trabalhadores humanitários na sequência de bombardeamentos israelitas. "Rezo por eles e pelas suas famílias", afirmou.
Mostrou também o rosário e o Novo Testamento de Alexandre, um soldado de 23 anos morto na guerra na Ucrânia. Nesta ocasião, o Pontífice apelou ao fim da "loucura da guerra, que destrói sempre", e pediu para não esquecer "a Ucrânia atormentada, tantos mortos!
Nessa altura, no final do Público em geral Na quarta-feira da oitava da Páscoa, o Papa pediu um momento de oração silenciosa por todos os mortos, pedindo que "rezemos" pela paz, com o testemunho de Alexandre e dos muitos jovens mortos nesta guerra e noutras que assolam o mundo.
A morte em Gaza, anteontem, de sete trabalhadores humanitários da organização não governamental World Central Kitchen (WCK), fundada pelo chefe José Andrés, chocou a comunidade internacional. Entre os mortos da ONG contam-se cidadãos britânicos, australianos, polacos, um palestiniano e um cidadão com dupla nacionalidade, americana e canadiana.
A justiça, fundamental para uma coexistência pacífica
A Audiência de hoje teve lugar na Praça de S. Pedro e o Papa leu todos os seus discursos pessoalmente, perante numerosos grupos de peregrinos e fiéis de Itália e de todo o mundo. No seu discurso em italiano, prosseguiu o ciclo de catequeses sobre "Vícios e virtudes", centrando a sua reflexão no tema da justiça, com a leitura de um excerto do Livro dos Provérbios, 21.
A segunda das virtudes cardeais é a justiça. É a virtude social por excelência. O Catecismo da Igreja Católica define-a assim: "Virtude moral que consiste na vontade constante e firme de dar a Deus e ao próximo o que lhes é devido" (n. 1807). Muitas vezes, quando se fala de justiça, cita-se também o lema que a representa: "unicuique suum - a cada um o que é seu", começou Francisco.
É uma virtude fundamental para a convivência pacífica em sociedade, que consiste em regular as relações - com Deus e entre as pessoas - de forma justa, dando a cada um o que lhe é devido; por isso, é representada simbolicamente por uma balança.
"Sem justiça, não há paz
"A pessoa justa é reta, simples e honesta; conhece as leis e respeita-as; cumpre a sua palavra; não usa meias verdades nem subtilezas enganadoras no seu discurso. Para viver esta virtude é necessário estar vigilante e examinar-se, ser fiel "no pouco e no muito", e ser grato".
"A justiça é um antídoto contra a corrupção e outros comportamentos nocivos - como a calúnia, o falso testemunho, a fraude, a usura - que minam a fraternidade e a amizade social. Por isso, é essencial educar o sentido da justiça e promover uma cultura da legalidade". "Sem justiça não há paz", disse o Papa.
Nas palavras dirigidas aos peregrinos de diferentes línguas, o Santo Padre rezou para que "a luz de Cristo ressuscitado nos guie pelos caminhos da justiça e da paz, e a força vivificante do seu amor nos torne audazes construtores de um mundo mais fraterno e unido. Que Jesus vos abençoe e a Virgem Santa vos guarde".
Domingo da Misericórdia Divina
Ao saudar os peregrinos polacos, o Papa Francisco recordou os Domingo da Misericórdia Divinaque a Igreja celebra a 7 de abril, e que "recorda a mensagem de santa Faustina Kowalska. Não duvidemos nunca do amor de Deus, mas confiemos com firmeza e confiança a nossa vida e o mundo ao Senhor, pedindo-lhe em particular uma paz justa para as nações em guerra".