Vaticano

Papa Francisco: "O diálogo é o oxigénio da paz".

A audiência do Papa Francisco na quarta-feira centrou-se na sua recente viagem ao Bahrein. Um encontro que o Papa resumiu em três palavras: diálogo, encontro e viagem. 

Maria José Atienza-9 de Novembro de 2022-Tempo de leitura: 3 acta
papa francisco nu

O Papa Francisco realizou esta manhã a sua habitual audiência de quarta-feira de manhã. O Papa pôde saudar os milhares de pessoas que o esperavam na Praça de S. Pedro, com o tempo já frio, como ele próprio assinalou.

No seu caminho para o pé da Basílica de Petrine pôde abençoar muitas crianças e até ter algumas breves conversas com alguns dos peregrinos.

Após a leitura, retirada do profeta Isaías (Is 2,2-5), que anuncia o fim dos tempos de acordo com a época litúrgica que já se aproxima do fim do tempo comum, o Papa Francisco começou a sua catequese centrando-se na sua recente viagem ao Bahrein, "um reino que eu não conhecia". Três palavras resumem, de acordo com o Santo Padre, esta viagem: diálogo, encontro e viagem.

Diálogo, encontro e viagem

"O diálogo é o oxigénio da paz, salientou o Papa, que explicou como a razão da sua viagem foi responder ao convite do Rei do Bahrein para participar no "Fórum para o Diálogo: Oriente e Ocidente para a Coexistência Humana". Neste sentido, afirmou o Papa, é necessário dialogar, conhecer e descobrir a riqueza daqueles que pertencem a outros países, a outros credos.

No Bahrein "senti a necessidade de dizer que, em todo o mundo, os líderes religiosos e civis precisam de olhar para além de si próprios para cuidar do todo. Desta forma, outras questões como o esquecimento de Deus, a fome ou a gestão da criação podem ser abordadas".

"Precisamos de encontre-nos em"o Papa também sublinhou, referindo-se à segunda palavra definidora da sua viagem. A fim de realizar o diálogo, é necessário encontrar. Neste sentido, o Papa deu o exemplo do "Bahrain, que é constituído por ilhas, e eles foram ao encontro, não se separaram mas reuniram-se", explicou, referindo-se à Missa maciça presidida pelo Santo Padre no Estádio Nacional do Bahrain.

O Papa salientou a necessidade de mais encontros entre muçulmanos e cristãos. A este respeito, sublinhou o seu encontro com "o meu irmão, o grande imã de Al Azhar", com jovens na escola do Sagrado Coração e o encontro com o conselho de anciãos muçulmanos.

Recordou também um gesto significativo: "Em Barein, as pessoas põem a mão no coração quando fazem continência, e eu também o fiz, para dar espaço dentro de mim à pessoa que eu estava a saudar".

O caminho para a paz precisa de todos

A caminho da paz. O Papa Francisco quis salientar que "esta viagem ao Bahrein não é um episódio isolado, faz parte de uma viagem iniciada por João Paulo II na sua viagem a Marrocos. Não para diluir a fé, mas para construir". O Papa recordou que "para dialogar, é preciso partir da própria identidade". Para que o diálogo seja bom, é preciso estar consciente da sua própria identidade".

Finalmente, o Papa quis destacar o exemplo de unidade entre cristãos de origens muito diferentes que ele viu no Bahrein. Uma comunidade "a caminho", como o Papa Francisco a definiu. "Os irmãos no Bahrein vivem na estrada, muitos são trabalhadores migrantes de diferentes países que encontraram a sua casa na grande família da Igreja. É bonito ver estes cristãos das Filipinas, da Índia... que se juntam e se fortalecem na fé", recordou ele.

No final das suas observações, o Papa fez um apelo para "alargar os vossos horizontes, abrir os vossos corações". Somos todos irmãos", disse, salientando que "esta fraternidade deve ir mais longe". O Papa também salientou que "se te dedicares a conhecer o outro, não te sentirás ameaçado, mas se tiveres medo do outro, viverás sob ameaça. O caminho da paz precisa de todos e de cada um de nós".

Ir para Deus com a liberdade das crianças

As crianças foram mais uma vez os protagonistas desta audiência, tendo várias delas subido para saudar o Papa enquanto as leituras estavam a ser lidas em diferentes línguas. De facto, o Papa quis dar um exemplo desta liberdade das crianças que "não pediram permissão, não disseram 'tenho medo'". Eles vieram directamente. É assim que temos de estar com Deus. Vai em frente, Ele está sempre à nossa espera".

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