Cultura

Mary Keller, a freira que revolucionou a Informática

Mary Kenneth Keller foi a primeira mulher doutorada em informática nos Estados Unidos, um feito que alcançou enquanto vestia o hábito da sua congregação religiosa.

Paloma López Campos-21 de dezembro de 2023-Tempo de leitura: 2 acta
Programação

Um código de programação (Unsplash / Ilya Pavlov)

Mary Kenneth Keller nasceu a 17 de dezembro de 1913 ou 1914 em Cleveland, EUA. No início da década de 1930, candidatou-se a uma vaga no Congregação das Irmãs da Caridade da Bem-Aventurada Virgem Maria, um instituto fundado por uma freira irlandesa apenas cem anos antes. Finalmente, em 1940, fez a sua profissão solene.

Sem pendurar os hábitos, a Irmã Mary Keller formou-se em matemática. Isto fez dela uma pioneira num mundo bastante fechado às mulheres e onde a presença de uma freira era uma surpresa. Não satisfeita com isso, prosseguiu os estudos para um mestrado em matemática e física que a prepararia para a sua próxima conquista académica.

Algumas fontes dizem que, em 1958, entrou para um laboratório onde só eram permitidos homens. Juntamente com os seus colegas, desenvolveu a linguagem de programação "BASIC", a base de algumas das linguagens utilizadas atualmente. No entanto, outras fontes consideram este facto falso. O que está provado é que esteve envolvido em alguns projectos no Dartmouth College.

Dra. Mary Kenneth Keller

Seja como for, em 1965, apresentou a sua tese "Inferência indutiva de padrões gerados por computador". Nessa altura, tornou-se a primeira doutorada em Ciências da Computação nos Estados Unidos. No mesmo dia, 7 de junho, Irving Tang também defendeu a sua tese de doutoramento, facto que foi ignorado durante anos, razão pela qual muitos ainda pensam que Keller foi a primeira pessoa a obter um doutoramento em Ciências da Computação nos Estados Unidos, sem mencionar o seu género.

Com a tese concluída, começou a trabalhar na Clark University, um centro fundado pela sua congregação. Aí abriu o departamento de informática e dirigiu-o durante vinte anos.

Ao longo da sua vida, Mary Kenneth Keller promoveu o acesso das mulheres aos computadores e afirmou que havia muito a descobrir sobre o potencial dos computadores. Ajudou a estabelecer parcerias para levar a informática para a área da educação e chegou mesmo a falar de uma inteligência artificial para o futuro. Depois de uma vida dedicada à universidade e à sua congregação, faleceu em 1985.

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