Spider-Man Across the Multiverse & Spider-Man: A New Universe
Apertem os cintos e preparem-se para continuar ou descobrir a maior saga da Marvel até à data.
Quando o Homem-Aranha apareceu nos cinemas: Um novo universo (2018) ficou mental e emocionalmente dorido com o passeio de burro que tem sido a Marvel e os seus super-heróis - a não ser que seja um bebedor de café, caso em que dê uma vista de olhos.
Mais super-heróis. Mais Homem-Aranha. E, ainda por cima... em desenhos animados!
Mas não. Afinal, tínhamos encontrado a joia da coroa. Um filme ani-codificado, desenvolvido com carinho, animado de forma soberba, com boa música e um bom argumento. Todas as páginas especializadas em cinema se renderam a esta produção da Sony que traz algo de NOVO ao que andávamos a ver e já era como comer donuts sem vontade. Para além disso, o filme ganhou Óscares, Bafta, Globos de Ouro, Critics' Choice e Annie Awards.
Ironicamente, esta é a melhor coisa que a Marvel alguma vez fez, e nem sequer é da Marvel. Um triunfo total que nos prende com a história, o ritmo e a animação. Um banho de alegria, brilhantismo e excelência, tecendo uma história cheia de bons ideais e valores (família, trabalho, dever) sem cair no sentimentalismo.
Apresentando um novo Homem-Aranha - parece terrível, mas não é - chamado Miles Morales, esta saga de filmes - cuja terceira parte chegará aos ecrãs em 2023 - conta a história de um fã do Homem-Aranha que, através de reviravoltas épicas do destino e de uma picada de aranha, se torna o Homem-Aranha.
Combinando alienação racial (Morales é dominicano) e alienação de classe (tem uma bolsa de estudo numa escola rica) com problemas de adolescência (paralelismo mítico com o seu super-heroísmo), mas sem cair em moralismos baratos, Homem-Aranha é uma lufada de alegria e ar fresco que cria, homenageia e atinge o auge do cinema de entretenimento.