"A redacção do Instrumentum laboris passa por toda a primeira fase de escuta nas Igrejas particulares e pelo discernimento posterior nas Conferências Episcopais nacionais e nas sete assembleias continentais". Assim afirma Dario Vitali, membro da Comissão Preparatória da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos.
Nesta entrevista à Omnes, Vitali explica que o documento de trabalho para a primeira sessão do 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos dedicada à sinodalidade, que se realizará de 4 a 29 de Outubro, será, no essencial, o resultado da consulta a todo o Povo de Deus que teve lugar no primeira fase.
O padre, que ensina teologia dogmática no Pontifícia Universidade Gregoriana e consultor do Dicastério para a Doutrina da Fé e do Dicastério para o Clero, sublinha que não se tratou de uma escuta qualquer, mas de "uma escuta capilar, que não excluiu ninguém".
O que é que resultou desta escuta?
-Há uma unidade no processo sinodal que mostra como todas as intervenções, todos os contributos das Igrejas particulares, todas as sínteses das Conferências Episcopais e todos os sete documentos das Conferências Episcopais, todos os contributos das Igrejas particulares, todas as sínteses das Conferências Episcopais e todos os sete documentos das Conferências Episcopais, estão todos em harmonia uns com os outros. Conjuntos Continentais são fruto da mesma forma de trabalhar.
Uma escuta que começou com o Povo de Deus e que depois se desenvolveu através daquilo que foi definido como conversa no Espírito Santo. O que é que tudo isto produz? Produz um processo de crescimento no consenso que parte da escuta de todos.
E o que é que mostram os sete documentos das Assembleias Continentais?
-Antes de mais, sublinham a beleza desta experiência. Os que participaram afirmam que é uma experiência eclesial que vale a pena viver e também repetir, porque permite a participação e constrói missão e comunidades.
Todas as sínteses das Assembleias Continentais sublinham a Igreja Sinodal e o que pode ser mudado nela, tanto em termos de mentalidade como de estruturas.
Outro aspecto que emerge das sínteses das Assembleias Continentais é o facto de a sinodalidade não ser apenas um aspecto teórico......
Ouvimos muitas vezes falar de sinodalidade em termos teóricos e depois tentámos transformá-la em praxis. Na realidade, trata-se de inverter a abordagem para mostrar como é precisamente a partir da experiência verdadeiramente sinodal da partilha que a sinodalidade pode ser compreendida em profundidade.
Qual é o espírito em que será redigido o Instrumentum laboris?
-É evidente que o espírito será respeitosamente sinodal.
O reconhecimento dos elementos mais consensuais tornar-se-á o ponto central do Instrumentum laborisporque o próprio método sinodal prevê o confronto à luz do Espírito Santo, que é o Espírito da paz, da ordem e não da desordem.