Vaticano

A Carta ao Povo de Deus: "A Igreja precisa absolutamente de ouvir toda a gente".

Pouco antes da síntese do que a primeira Assembleia Sinodal do Sínodo da Sinodalidade trouxe à luz, a comissão que elabora esta síntese publicou a "Carta ao Povo de Deus".

Hernan Sergio Mora-26 de outubro de 2023-Tempo de leitura: 2 acta

Foto: Participantes na assembleia do Sínodo ©OSV/ Vatican Media

No momento em que a primeira parte do Sínodo dos Bispos se aproxima do fim, no domingo, 29 de outubro, a assembleia, que se reúne há quase quatro semanas no Vaticano, quis dirigir uma palavra a toda a Igreja.

O "Carta ao Povo de Deus". divulgada na quarta-feira, 25 de outubro, pela Sala de Imprensa da Santa Sé - foi redigida pela comissão de síntese do Sínodo, que será apresentada no sábado de manhã e votada à tarde. 

A missiva afirma: "...queremos, com todos vós, agradecer a Deus a bela e rica experiência que acabamos de viver", especificando que ela é realizada "em profunda comunhão com todos vós", "apoiada pelas vossas orações", levando as vossas expectativas, perguntas e também os vossos receios.

A carta recorda que "já passaram dois anos desde que, a pedido do Papa Francisco, foi iniciado um longo processo de escuta e discernimento, aberto a todo o povo de Deus, sem excluir ninguém, para "caminhar juntos", sob a direção do Espírito Santo".

O Presidente do Parlamento Europeu sublinha a "experiência sem precedentes" que o Sínodo representa, uma vez que "homens e mulheres, em virtude do seu batismo, foram convidados a sentar-se à mesma mesa para participar não só nos debates mas também nas votações desta Assembleia do Sínodo dos Bispos".

Utilizando o método da conversação no Espírito - diz a missiva - partilhámos humildemente as riquezas e as pobrezas das nossas comunidades em todos os continentes, tentando discernir o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja hoje". A experiência "concluir-se-á com um documento de síntese deste primeiro encontro que "clarificará os pontos de acordo alcançados, destacará as questões em aberto e indicará a forma de prosseguir o trabalho".

A carta recorda que, durante a assembleia, houve intercâmbios com as tradições cristãs latinas e ocidentais, o contexto de um mundo em crise, orações pelas vítimas da violência assassina, "sem esquecer todos aqueles que a miséria e a corrupção lançaram nos perigosos caminhos da emigração" e seguindo o convite do Santo Padre "ao silêncio, para encorajar entre nós a escuta respeitosa e o desejo de comunhão no Espírito".

"Esperamos que os meses que nos separam da segunda sessão, em outubro de 2024, permitam a cada um de nós participar concretamente no dinamismo da comunhão missionária indicada pela palavra "sínodo". Não se trata de uma ideologia, mas de uma experiência enraizada na Tradição Apostólica. Como nos recordou o Papa no início deste processo".

O documento indica que "a Igreja tem necessidade de escutar também os leigos, mulheres e homens, todos chamados à santidade em virtude da sua vocação batismal", a que se deve acrescentar o testemunho dos catequistas, das crianças, o entusiasmo dos jovens, dos idosos, das famílias, dos que desejam empenhar-se em ministérios laicais, dos sacerdotes, dos diáconos e, pela voz profética da vida consagrada, sentinela vigilante dos apelos do Espírito, atenta aos que são chamados pelo Espírito à santidade, dos que desejam empenhar-se nos ministérios laicais, dos presbíteros, dos diáconos e, pela voz profética da vida consagrada, sentinela vigilante dos apelos do Espírito, atento àqueles que não partilham a sua fé, mas que procuram a verdade, e nos quais o Espírito está presente e ativo.

A carta conclui recordando que o caminho da sinodalidade é o caminho que Deus espera da Igreja do terceiro milénio" e recorda que "a Virgem Maria, primeira no caminho, acompanha-nos na nossa peregrinação".

O autorHernan Sergio Mora

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