Baltazar Porras, agora com 78 anos de idade, foi criado cardeal pelo Papa Francisco no consistório de Novembro de 2016.
Na Cúria Romana é membro da Comissão Pontifícia para a América Latina, e dos dicastérios para o Clero; para os Leigos, Família e Vida, e para a Cultura e Educação, de acordo com um relatório da Conferência Episcopal Venezuelana (CEV).
Por outro lado, na arquidiocese de Mérida, o Arcebispo Helizando Terán, OSA, que tinha sido nomeado arcebispo coadjutor, com direito a sucessão, no dia 19 de Março do ano passado, sucede imediatamente ao Cardeal Baltazar Porras.
Na Venezuela e nas suas viagens a outros países, como a que fez aos Estados Unidos em Maio do ano passado para apresentar uma relíquia do Beato José Gregorio Hernándezconhecido como "o médico dos pobres".
O Cardeal Baltazar Porras defendeu uma solução negociada para o país, para que a Venezuela possa regressar a um caminho democrático, apesar de muitas tentativas mal sucedidas ao longo dos anos.
Críticas ao regime de Maduro
Ao mesmo tempo, o cardeal tem sido crítico em relação ao regime do Presidente Nicolás Maduro. Por exemplo, na referida viagem, salientou que "sempre houve uma falta de vontade real por parte do regime não só de falar, mas também de entrar em entendimento, o que significa que para uma grande parte da população, falar de diálogo na Venezuela é quase uma palavra má".
Segundo o Cardeal Baltazar Porras, o governo de Maduro sente-se actualmente "calmo e seguro" porque a pandemia lhe permitiu evitar protestos.
Isto não significa que os venezuelanos estejam satisfeitos, mas sim que existe "repressão" e "militarismo", como noticiado pela agência noticiosa Efe.
Apesar de algumas melhorias, o Cardeal Porras denunciou "uma situação de pobreza crescendo", o que explica, entre outras coisas, "o número de pessoas que continuam a deixar o país".
O difícil papel dos bispos da Venezuela
Os bispos da Venezuela, numa exortação pastoral publicada após a conclusão da assembleia plenária há alguns dias, salientaram, entre outras coisas, que "o nosso país continua a viver uma profunda crise política, social e económica. Um cenário que põe em causa o modelo de gestão que há mais de vinte anos tem guiado o destino da nação".
Neste contexto, o primeiro vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), Diosdado Cabello, acaba de criticar o facto de o Bispo Víctor Hugo Basabe ter aproveitado a homilia durante a procissão da Pastora Divina, no sábado passado, para fazer, na sua opinião, a seguinte declaração, "politicagem". contra o governo do Presidente Nicolás Maduro.
Na sessão plenária, de 7 a 12 de Janeiro, os bispos eleitos como presidente Jesús González de Zárate, Arcebispo de Cumaná; e como primeiro vice-presidente, Monsenhor Mario del Valle Moronta Rodríguez, Bispo de San Cristóbal, foi ratificado.
Também foram eleitos Monsenhor Ulises Gutiérrez, arcebispo de Ciudad Bolívar, como segundo vice-presidente; e o bispo de La Guaira, Monsenhor Raúl Biord, como secretário-geral do CEV.