O Santo Padre prosseguiu a sua catequese sobre o Espírito Santo, sublinhando desta vez a relação entre o Paráclito e a Virgem Maria. Começou por recordar o tradicional ditado "Ad Iesum per Mariam", ou seja, "a Jesus por Maria". O Papa sublinhou que "o verdadeiro e único mediador entre nós e Cristo, nomeado como tal pelo próprio Jesus, é o Espírito Santo", mas sem esquecer que "Maria é um dos meios utilizados pelo Espírito Santo para nos conduzir a Jesus".
Maria é a "primeira discípula" e a sua figura próxima pode ser compreendida "mesmo por aqueles que não sabem ler livros de teologia, por aqueles 'pequeninos' a quem Jesus diz que os mistérios do Reino, escondidos aos sábios, são revelados (cf. Mt 11,25)".
Nossa Senhora, instrumento fiel
O Santo Padre sublinhou "como a Mãe de Deus é um instrumento da Espírito Santo na sua obra de
santificação. No meio da profusão interminável de palavras ditas e escritas sobre Deus, sobre a Igreja e sobre a santidade (que muito poucos ou nenhuns conseguem ler e compreender na sua totalidade), ela sugere apenas duas palavras que todos, mesmo os mais simples, podem pronunciar em qualquer ocasião: "Eis-me aqui" e "fiat". Maria é aquela que disse "sim" a Deus e, com o seu exemplo e a sua intercessão, incita-nos a dizer-lhe o nosso "sim" sempre que nos encontramos perante uma obediência a cumprir ou uma provação a vencer.
Quando a Igreja recebeu de Jesus Cristo o mandato missionário de pregar a todas as nações, uniu-se em oração à volta de "Maria, a mãe de Jesus" (Act 1,14). O Papa sublinhou que, embora "no cenáculo estivessem com ela outras mulheres, a sua presença é diferente e única entre todas. Entre ela e o Espírito Santo existe um vínculo único e eternamente indestrutível, que é a própria pessoa de Cristo, "concebido pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria" (Credo). O evangelista Lucas sublinha intencionalmente a correspondência entre a vinda do Espírito Santo sobre Maria na Anunciação e a sua vinda sobre os discípulos na Anunciação. Pentecostesutilizando algumas expressões idênticas em ambos os casos".
Ajudar outros como a Maria
Como é habitual nas pregações do Papa Francisco, a meditação sobre as verdades reveladas concluiu-se com um convite aos crentes para que transformem a sua fé em obras de serviço ao próximo: "Aprendamos com ela a ser dóceis às inspirações do Espírito, sobretudo quando nos sugere que nos levantemos depressa e vamos ajudar alguém em necessidade, como ela fez logo depois de o anjo a ter deixado (cf. Lc 1, 39)".
Antes de dar a sua bênção aos fiéis reunidos na praça, o Santo Padre fez um apelo à paz, como sempre faz nas audiências das quartas-feiras e no Angelus dos domingos.