A Conferência Episcopal Espanhola inicia a sua 124ª assembleia plenária. O discurso inaugural desta reunião dos bispos espanhóis deu o sinal de partida para uma assembleia da qual sairá uma nova direção desta instituição.
Juan José Omella despede-se desta presidência, uma vez que, de acordo com os novos estatutos, não pode ser reeleito devido à sua idade (não pode ser eleito se tiver mais de 75 anos no momento da votação e se lhe for "fortemente solicitado" que não atinja essa idade durante o seu mandato).
O Arcebispo de Barcelona fez o seu último discurso sublinhando que, nos anos em que esteve à frente da CEE, procurou "partilhar uma visão reflectida da realidade, encorajando-nos a trabalhar em conjunto para construir, entre todos, uma sociedade mais livre, mais justa e mais pacífica". Omella centrou as suas últimas palavras sobretudo na tarefa dos pastores: padres e bispos.
Eleger um presidente sem "interesses e estratégias
D. Juan José Omella sublinhou a "missão de promoção e de coordenação em estreita colaboração com os sacerdotes e os diáconos" que os bispos têm e que só podem levar a cabo "se caminharmos unidos a Deus e em comunhão uns com os outros".
Apelou também ao serviço daqueles que irão dirigir o episcopado espanhol nos próximos anos e apelou à "fraternidade sacramental, que vai desde o acolhimento e a consideração recíprocos até às atenções da caridade e à colaboração concreta" no exercício destes cargos.
Tendo em conta a iminente eleição da presidência do episcopado espanhol, o Arcebispo de Barcelona sublinhou também que este exercício deve ser efectuado "tendo em vista exclusivamente o bem maior do povo de Deus" e não seguindo "os nossos próprios interesses e estratégias".
No domínio da publicidade, recordando o Ano de Oração proposto pelo Papa Francisco em preparação para o Jubileu 2025, o antigo presidente do episcopado espanhol anunciou que "a CEE, através da Biblioteca de Autores Cristianos (BAC), colabora com o Dicastério para a Evangelização na publicação e difusão da coleção de oito volumes intitulada Apuntes sobre la oración".
A eleição do novo presidente
78 bispos têm direito de voto nesta Assembleia Plenária. Um número que mudou quase de surpresa nos últimos dias, uma vez que, embora no briefing Numa reunião prévia realizada na quinta-feira, 29 de fevereiro, na CEE com os jornalistas, foram indicados 79 eleitores, tendo o arcebispo emérito de Madrid e, até hoje, vice-presidente da Conferência Episcopal Espanhola, Carlos Osoro, mantido o seu direito de voto como ordinário dos fiéis católicos orientais residentes em Espanha. Esta situação alterou-se no dia seguinte com a nomeação do Cardeal José Cobo, Arcebispo de Madrid, para esta tarefa, o que deixa Osoro fora dos eleitores desta Plenária.
De acordo com os estatutos, podem ser eleitos 49 bispos para o cargo de Presidente da Conferência Episcopal Espanhola, uma vez que só podem ser eleitos bispos titulares que não tenham renunciado, ou seja, com menos de 75 anos de idade. Além disso, é aconselhável, embora não obrigatório, que o presidente eleito não atinja a maioridade durante o período em que exerce o cargo.
A eleição do presidente está marcada para terça-feira, 5 de março, e, se tudo correr bem, o nome da pessoa que presidirá aos bispos espanhóis nos próximos quatro anos será conhecido ao meio-dia.
Outros temas da sessão plenária
Embora a eleição de altos funcionários do governo seja o principal objetivo da conferência, há também outras questões que os bispos espanhóis esperam abordar durante os cinco dias de reuniões plenárias.
Os bispos voltarão a discutir o projeto de reparação integral das vítimas de abuso sexual no âmbito eclesiástico e também a situação pastoral dos migrantes que chegam ao nosso país.
Outra das questões que esperam poder abordar é a aplicação das indicações recebidas em novembro passado em Roma dos seminários espanhóis, que os bispos concordaram em coordenar através de D. Jesús Vidal.
Como refere a nota distribuída pela Conferência Episcopal no início desta 124ª Assembleia Plenária, entre os temas a debater estão também "a apresentação das novas iniciativas a levar a cabo por ocasião da segunda sessão da 16ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, em outubro próximo. E a preparação do Congresso da Pastoral Vocacional, previsto para fevereiro de 2025.
Dois outros temas estão no capítulo da informação, o estado atual do grupo Apse (TRECE e COPE) e os apresentados pelo Secretariado de Apoio à Igreja".