A Irmã Maria de la Eucharistía é a priora do Mosteiro de Santa Maria de Gracia, casa das Agostinianas em Huelva, do qual depende a escola do mesmo nome. Uma comunidade com mais de 5 séculos de história na capital de Huelva pertencente à Federação das Monjas Agostinianas de Nossa Senhora do Bom Conselho e de São Alonso de Orozco.
A comunidade viu como os estudantes da escola descobriram a sua vocação para a vida contemplativa dentro dessas mesmas paredes. A própria Irmã Maria de la Eucharistia viu o chamado de Deus como estudante de uma escola agostiniana quando "respirou o carisma agostiniano nas palavras e na vida das minhas freiras". Na sua escola ela viveu "o acompanhamento espiritual naquela atmosfera próxima, amorosa e entusiasta foi o tecido da minha fidelidade. Devo muito às minhas freiras-professores. Havia uma cultura vocacional e vários de nós estudantes relacionados com este ideal, o que nos ajudou a aprofundá-lo e a cuidar dele".
Antigo e variado carisma agostiniano
A espiritualidade agostiniana é antiga e rica, o que deu origem a muitas formas diferentes de a viver: "Tantas que o que Santo Agostinho nos pede como fundamento para a vivermos é nada mais nada menos que o primeiro mandamento da Lei de Deus", sublinha este religioso, "e ele coloca como a primeira coisa para a qual estamos reunidos em comunidade é "ter uma só alma e um só coração orientados para Deus". Portanto, há uma variedade de vocações e missões inspiradas pelo carisma agostiniano, pois são as mil e uma formas de viver o amor de Deus e do próximo".
As vocações entre os seus alunos
Numa época em que muitas ordens religiosas dedicadas ao ensino não parecem ver frutos vocacionais, na comunidade de Huelva há várias irmãs que passaram pelas salas de aula da escola unindo vocação apostólica e educativa.
A Irmã Maria Eucaristia viveu-a em primeira pessoa como professora e directora destes centros educativos agostinianos: "O Senhor deu-me a graça, desde os meus primeiros vislumbres de vocação, de unir como as duas faces da mesma moeda, o amor pela vida contemplativa e a vida apostólica do ensino; e, em ambos, a doutrina e o espírito de Santo Agostinho, viveu em estudo e imbuído da experiência dos meus anos como estudante. Destes tenho sido nutrido, sustentado e orientado nos meus longos anos dedicados à educação".
A Ordem Agostiniana, como todas as ordens antigas, assistiu a uma grande redução do número de vocações. Há mais vocações naqueles de nós que adoptaram um recinto constitucional, no qual o apostolado é permitido, temos escolas e algumas casas para o cuidado de menores".
Para ela, "o carisma agostiniano é mantido valorizando muito a união da vida contemplativa e do serviço à Igreja e nós lutamos por ela. Mas é certo que são necessários mais trabalhadores para a colheita do Senhor. A adaptação aos sinais dos tempos supõe salvaguardar as raízes e cuidar dos frutos, sendo o que somos e ao que fomos chamados, abrindo-nos à luz dos dias de hoje com os seus apelos à vida".