O Catecismo da Igreja CatólicaNo seu n.º 1808, afirma que "a fortaleza é a virtude moral que assegura a firmeza e a constância na prossecução do bem nas dificuldades. Reafirma a resolução de resistir às tentações e de vencer os obstáculos da vida moral. A virtude da fortaleza permite vencer o medo, mesmo da morte, e enfrentar as provações e perseguições. Permite chegar ao ponto de renunciar e sacrificar a própria vida para defender uma causa justa (...)".
Nasce-se forte ou torna-se forte? Antes pelo contrário, e sobretudo no caso dos seres humanos, que vêm ao mundo absolutamente dependentes dos outros para a sua sobrevivência. É à medida que se adquire experiência de vida - e é por isso que é uma virtude, ou seja, um bom hábito operacional - que nos tornamos fortes.
Interessa-nos sublinhar o que é dito no ponto supracitado: aquele que, tendo contraído um matrimónio, procura o bem e quer conservá-lo na sua autenticidade e autenticidade, procura o bem. belezafazer tudo o que for preciso para manter o seu casamento fresco, custe o que custar, tornando-se fortes para enfrentar os contratempos.
Na prosperidade e na adversidade...
No rito do matrimónio canónico, os futuros esposos comprometem-se a permanecer fiéis um ao outro na prosperidade e na adversidade; por outras palavras, assumem que o seu casamento será difícil, que haverá sofrimento, mas que continuarão a ser fiéis ao seu compromisso de amor.
No casamento aparecem as tempestades, mas depois das nuvens de tempestade o sol reaparece. É por isso que, quando os marinheiros vêem os ventos a aproximarem-se, preparam-se para lutar contra as adversidades com todas as suas forças, porque sabem que acabarão sempre por vencer e que o mar voltará a ficar calmo; navegam contra todas as probabilidades na esperança de se reencontrarem com um mar calmo e navegável.
O mesmo acontece no casamento: depois de uma contrariedade, bem tratada, vem a superação, e é aí que reconhecemos o fruto da fidelidade ao sim dado no momento de o contrair; e é aí que reconhecemos a beleza de corresponder ao amor mesmo à custa das contrariedades da vida, fazendo um esforço e confiando, esperando.
Unidade e comunicação
A força do casamento reside na sua unidade, no facto de os cônjuges sentirem que são uma única realidade. É por isso que é importante partilhar - comunicar - as dificuldades como se o problema da outra pessoa também fosse seu. Pergunte-lhe qual o seu significado, o que representa, e tente colocar-se no lugar dele.
Podemos ser capazes de emitir sons, mas a comunicação vai muito mais longe. Temos de saber exprimir as nossas ideias sem magoar os outros, descrever o nosso ponto de vista, começar com "eu" e acabar com "nós", e exprimir os nossos sentimentos e afectos.
A escuta ativa, ainda mais importante e necessária do que a fala, exige uma aprendizagem: prestar e manter a atenção e fazer com que o outro se sinta escutado e tido em conta. É difícil, e muitas vezes é necessário "fazer violência a si próprio", a partir de uma posição de força, para o conseguir.
No casamento, é importante aprender a ouvir os sentimentos. Concentrar-se no que o cônjuge sente e não no que ele ou ela diz. Na frase "O João - uma criança - é insuportável; já não aguento mais!", o importante não é "O João é insuportável", mas sim "Já não aguento mais"; e antes de abordar o problema do João, empatizar com o sentimento do seu cônjuge: "Tens razão: não há ninguém que aguente", o que podemos fazer? E esse exercício exige muitas vezes um esforço.
Respeito, compreensão e cuidado com as pequenas coisas
O respeito é essencial em si mesmo. Ter em conta as questões e as abordagens dos outros, dando-lhes pelo menos o mesmo valor ou mais do que às suas próprias ideias. Não impor os seus próprios pensamentos ou transformar as suas opiniões em dogmas.
Dar sempre prioridade ao cônjuge. É ele que dá sentido à própria existência do matrimónio e de cada um dos cônjuges. Não colocar os desejos dos outros à frente dos do próprio cônjuge, ser prudente e, claro, nunca tomar partido contra ele ou ela, nem limitar-se a "ser neutro". Tentar pôr-se no lugar do outro. O que é que isso significa para ele ou ela. Isso é difícil...
Cuidar dos mais pequenos pormenores da vida em comum, com o sacrifício constante que isso exige. Todos sabemos que a grandeza está nos pormenores. Por outro lado, se tiver cuidado com os pequenos gestos, estará a preparar-se para desafios mais exigentes, e isso no casamento encontra o seu espaço e é uma garantia de fidelidade, que é a felicidade.
Serenidade e bom humor
A discussão na vida conjugal, que por vezes é necessária, deve ser sempre feita com serenidade: é apreciada tanto pelo próprio como pelo cônjuge com quem se discutiu. Trata-se de encontrar um equilíbrio entre a razão e o coração, o que muitas vezes exige esforço.
Se um cônjuge sentir uma emoção forte, é melhor deixá-la fluir sem a manipular e, quando ela tiver diminuído, confrontar a causa do desacordo.
E, em todo o caso, rir um pouco da vida, sem a dramatizar, sem a absolutizar excessivamente. Rir "com" e não "de" une muito mais do que pensamos. Mas, por vezes, é difícil e temos de fazer um esforço para o conseguir.
Está provado que as queixas verbais nos enfraquecem e infectam os outros com atitudes negativas. É preferível procurar algo de positivo e não insistir em coisas que não trazem soluções ou que não ajudam a levantar o nosso espírito.
Mesmo assim, quando ouvimos queixas do nosso cônjuge, é melhor pensarmos que, no casamento, as queixas muitas vezes não são censuras, mas pedidos, o que, mais uma vez, nos convida a ser fortes e a combater a atitude queixosa, mais típica da mesquinhez do que da sanidade e da positividade.