Uma nova chamada 

O mundo aguarda a hospitalização do Papa Francisco e a necessidade de uma presença cristã na sociedade face ao secularismo.

1 de março de 2025-Tempo de leitura: 2 acta
PAPA

O mundo católico passou as últimas semanas a olhar para Roma. A longa Hospitalização do Papa Franciscoe as suas consequências para o desenvolvimento do que parece ser a fase final do seu pontificado, trouxeram a Igreja para o primeiro plano das notícias em todo o mundo. 

São muitas as questões que a situação atual deixou na consciência de muitos católicos. Entre elas, o facto de que aquilo a que chamamos hoje testemunho pessoalO que nos leva a pensar se estamos verdadeiramente convencidos de que a luz da fé é capaz de iluminar todos os aspectos da nossa vida e de a levar à plenitude, de tal modo que sejamos capazes de propor uma reflexão filosófica sólida que emerge de uma perspetiva cristã, traduzida numa presença ativa e crítica nos espaços onde se constroem as ideias que orientam as nossas sociedades. 

Não se trata de construir uma sociedade cristã à margem da atual, ou mesmo em oposição a ela, mas sim de que o facto de ser católico não seja um obstáculo, mas antes um impulso para uma ação pública resoluta e para a transformação da sociedade. 

Nestes anos, vivemos um pontificado em que, a partir da consideração de Deus como pai de todos, o Papa colocou no centro aquilo a que chamou as "necessidades mais urgentes do mundo". periferias existenciaisOs mais pobres entre os pobres, aqueles que não têm pátria, não têm para onde voltar, não têm onde viver, etc. Os frutos de uma sociedade descartável que, em primeiro lugar, descartou Deus dos seus princípios e, portanto, de toda a sua criação. 

O laicismo ganhou terreno e, com ele, uma visão do mundo que deixa de lado as raízes cristãs que, durante séculos, deram sentido à reflexão sobre o humano. Um secularismo que também está presente, na prática, em instituições de inspiração cristã e que, em muitas ocasiões, está repleto de filosofias que não só estão longe da tradição cristã, como até se opõem a ela.

Talvez não seja necessário que a vida da Igreja faça a primeira página dos jornais, para além das notícias "extraordinárias" como a que estamos a viver nestes dias, mas é urgente que as ideias cristãs recuperem o seu lugar nos debates públicos, nas universidades, nos meios de comunicação social e, sobretudo, na vida quotidiana dos cidadãos. Não como um acrescento ou uma "capa" do cristianismo, mas como a fonte de um raciocínio dialógico. Só assim a opção missionária será real. "capaz de transformar tudo". solicitado pelo Papa Francisco em Evangelii GaudiumO "programa do seu pontificado" não termina com o fim de uma era.

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