A paixão evangelizadora da Igreja

Com a exceção ocasional de outros eventos ou celebrações litúrgicas, o Papa Francisco está a dedicar as audiências gerais do ano 2023 à evangelização.

3 de setembro de 2023-Tempo de leitura: 2 acta
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Com a exceção ocasional de outros eventos ou celebrações litúrgicas, o Papa Francisco está a dedicar o seu tempo à evangelização na audições gerais deste ano de 2023. Mesmo aqueles que não estão familiarizados com este aspeto do cristianismo aperceber-se-ão de que não se trata de um assunto qualquer, se considerarem o tema geral desta série de catequeses, que Francisco enunciou no início da série, a 4 de janeiro. O título, de facto, engloba duas expressões: "a paixão pela evangelização", que é, portanto, algo de profundo e intenso; e "o zelo apostólico do crente", ou seja, falamos de um zelo diligente partilhado por cada um dos fiéis e pela Igreja, à qual o Senhor confia a responsabilidade de difundir o seu Evangelho. 

O conteúdo da catequese começou com a Sagrada Escritura, onde Jesus aparece como modelo e mestre do anúncio evangelizador. Em seguida, reflectiu sobre o chamamento dos primeiros discípulos e o modo como realizaram a sua missão; sobre a ação do Espírito Santo como primeiro protagonista, e sobre a condição apostólica da Igreja e de todos os baptizados, manifestada sobretudo no testemunho. Nestas semanas, o Papa recorda o exemplo de algumas das testemunhas de Jesus Cristo, a começar por São Paulo.

Este número da Omnes reúne várias contribuições sobre esta dimensão tão essencialmente integrada no ensinamento do atual Pontífice. Ela é já muito evidente na exortação Evangelii Gaudium 2013, e desde então no apelo constante a viver como "Igreja em saída". Passaram apenas algumas semanas desde a celebração do Jornada Mundial da Juventude em Lisboaque tem sido uma manifestação extraordinária e bem sucedida da consciência missionária da Igreja, com o objetivo de anunciar a fé aos jovens do nosso tempo. Naturalmente, isto não significa que, quando falamos de evangelização, devamos pensar apenas num esforço da hierarquia, por mais difícil que seja, nem apenas em reuniões de massa, nem mesmo colectivas. O apostolado é uma responsabilidade partilhada por todos, que tem as suas raízes no batismo, e que cada fiel realiza segundo a sua própria vocação e nas condições de vida que lhe são próprias; em todo o caso, como disse o Papa, deve saber que está "obrigado" a dar "o tesouro que recebeu com a sua vocação cristã". É por isso que ela se traduz na prática, hoje como sempre, numa multiplicidade muito variada de iniciativas, que são apenas brevemente delineadas neste dossier.

É óbvio que não se trata de uma invenção nova deste pontificado. As próprias catequeses deste ano reflectem que ela sempre esteve presente na história, de muitas maneiras. O Magistério também o tem recordado com impulsos permanentes, matizados pelas necessidades de cada tempo e pelos acentos determinados por cada Papa. Também aqui, no seguimento de Francisco, esta edição recorda o valor de Evangelii nuntiandi de Paulo VI como referência principal sobre este ponto; retoma também as orientações recebidas do pontificado de Bento XVI.

O autorOmnes

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