Porque é que temos de continuar a pregar Jesus de Nazaré?

Hoje devemos voltar-nos para Jesus, porque precisamos d'Ele mais do que nunca! Precisamos de aprender com a Sua forma de amor misericordioso e de perdão.

19 de março de 2024-Tempo de leitura: 6 acta
Crucifixo

Crucifixo de madeira (Unsplash / Josh Applegate)

Jesus de Nazaré impactou a humanidade de uma forma tão transcendental que não encontramos nenhum outro personagem, no passado ou no presente, que tenha cativado o pensamento e os sentimentos humanos como Ele. A Sua história não é ficção científica ou fruto da imaginação de seguidores fanáticos.

Há dois historiadores do primeiro século que incluíram passagens em seus escritos sobre Jesus de Nazaré. Um deles foi o historiador judeu Flávio Josefo, em "Antiguidades dos Judeus", escrito em 93-94 d.C. Outra menção importante foi feita pelo historiador romano Tácito, que viveu nos anos 55-120 d.C. Estas menções são consideradas como boas provas históricas.

É importante referir que, segundo outros historiadores, houve mais de 50 "messias" na história de Israel. Ao lado de Jesus, na varanda do julgamento, olhando para a multidão, Pôncio Pilatos apresentou um deles, Barrabás. O povo podia escolher entre o messianismo da guerra e o messianismo da paz. Conhecemos a resposta. 

Depois de Cristo, durante toda a era cristã, especialmente de 1900 a 1994, 5 outros rabinos foram seguidos por judeus fanáticos como Messias, mas porque é que o resto do mundo não os seguiu? E quantos outros mestres judeus foram seguidos pelo povo porque eram os seus formadores espirituais e professores da Torah! Só nos anos em que Jesus viveu na Terra, havia mais de 400 sinagogas em Jerusalém e na Galileia, todas dirigidas por diferentes rabinos. Mas nenhum deles alcançou a fama e o prestígio de Jesus. 

Porquê Jesus de Nazaré?

Na verdade, nenhuma figura histórica marcou a humanidade como Ele. Só nos tempos que correm, há cerca de 2,3 mil milhões de seguidores do cristianismo, quase 2 milhões de missionários Cristãos que ajudam a humanidade nalgum canto do mundo. E ao longo da história, quantos foram? Já perdemos a conta.

Atualmente, existem cerca de 37 milhões de edifícios de igrejas cristãs no mundo. Isso significa que existe uma igreja erguida para cada 65 habitantes do planeta. Quantas existiram ao longo da história? Perdemos a conta.

E quantos livros de estudo ou reflexão cristã foram publicados ao longo da história? Perdemos a conta. Mas, na história recente, foram escritos cerca de 180 milhões de livros sobre temas cristãos. Calcula-se que tenham sido publicados 7 mil milhões de livros. Bíblias com o Antigo e o Novo Testamento em 3.030 versões diferentes e em 2011 línguas. Até o próprio Evangelho disse, em João 21, 24 e 25, "este é o discípulo que dá testemunho destas coisas e que escreveu isto, e nós sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. E há ainda muitas outras coisas que Jesus fez e que, se fossem escritas em pormenor, penso que nem o próprio mundo poderia conter os livros que se escreveriam".

Jesus Cristo e a humanidade

Tal como no Antigo Testamento lemos sobre o histórico Êxodo, quando os israelitas precisaram de deixar a escravidão do Egipto e do Faraó, também ao longo da história vemos um êxodo repetido da humanidade que precisa de se libertar das suas cadeias e escravidão, seguindo Jesus e as suas promessas de liberdade, amor e vida eterna. As histórias mudaram, mas nós, seres humanos, continuamos a ser os mesmos, necessitando de liberdade, amor, apoio, paz, tranquilidade, fraternidade, projectos de vida, orientação e propósito.

Jesus Cristo não se limitou a alterar o calendário entre antes e depois de Cristo. Ele transformou as histórias porque a sua mensagem era e é transformadora para todos os seguidores. Jesus Cristo cumpriu mais de 300 profecias messiânicas. Enquanto os religiosos do seu tempo ofereciam mensagens de fardos insuportáveis, de preceitos insuportáveis, eles ouviram Jesus dizer: "Vinde a mim, vós que estais cansados e sobrecarregados, eu vos aliviarei; dai-me os vossos fardos e eu vos darei o meu, que é fácil de carregar.

João 10,10 diz: "Eu vim para que tenham vida e a tenham em abundância". Enquanto em João 5 vemos uma multidão de cegos, coxos e leprosos, uma vez por ano, em frente à piscina de Betesda, porque só 1 curava ali um dia por ano, vemos Jesus nos arredores de Jerusalém e Cafarnaum a reunir multidões de doentes e desesperados, como em Lucas 6, 19: "Havia uma multidão impressionante de pessoas que tentavam tocar-lhe, porque dele saía um poder que curava todos".

Jesus é diferente: é visivelmente solidário com os necessitados, aproxima-se da multidão e afasta-se dela. Deixou-se tocar pelos pecadores, comeu com fariseus e cobradores de impostos, não se deixou intimidar, pois a sua mensagem nunca se conformou com as expectativas dos seus perseguidores ou daqueles que devia impressionar. Jesus é viril e maternal.

Confrontou assertivamente aqueles que declararam guerra fria moral e espiritual contra ele, e apresentou-se como o bom pastor ou a galinha que reúne os seus pintos. Curou centenas e ressuscitou ou trouxe de volta à vida vários. Parou a tempestade para acalmar o medo dos que navegavam naquele mar por vezes tempestuoso, obteve para eles milagres de pescarias milagrosas e, em mais de uma ocasião, a multiplicação de pães escassos. Perdoou os não perdoados, libertou os possessos e os presos e, sobretudo, aceitou a cruz como sacrifício redentor, oferecendo a sua vida pela salvação do mundo. Nenhum outro pretenso messias se ofereceu por tanto! Já ouvimos dizer muitas vezes: muitos homens quiseram ser deuses, mas só um Deus quis ser homem.

Jesus apresenta o evangelho do amor com os códigos de vida mais valiosos que os educadores, filósofos e governantes adaptaram para o desenvolvimento das sociedades e dos países, e para orientar a vida das pessoas com consciência moral. Exemplificando o ideal de conduta humana, muitos se inspiraram nos mandamentos da lei de Deus e nos ensinamentos de Jesus Cristo tão eloquentemente apresentados no Sermão da Montanha (Mateus 5, 6 e 7).

Jesus de Nazaré hoje

Em Mateus 16, 4-16, Jesus faz aos seus discípulos a mesma pergunta que continua a fazer a todos os seres humanos da história, 2000 anos mais tarde: "Quem dizem os homens que eu sou? E eu pergunto-vos: em que encruzilhada vos encontrou ele? De que doença ou enfermidade vos curou ele? De que abismo vos tirou ele?

Não deixa de ser irónico que, quanto mais avançamos científica e tecnologicamente, mais nos afastamos de Deus e mais crescem os vazios e as doenças nos corações humanos: depressões, ansiedades, dependências, suicídios, divórcios, etc. Hoje, temos de nos voltar para Jesus, porque precisamos dele mais do que nunca! Precisamos de aprender com o Seu modo de amor misericordioso e de perdão. Filipenses 1:5 diz: "Tende em vós o mesmo sentimento de Cristo".

Mas a sua contribuição mais significativa é quando nos apresenta o Pai, um Deus criador e paternal, provedor próximo, protetor e curador, que permanece inserido na sua criação e nas suas criaturas. Isto responde à luta mais tenaz do ser humano: a sua sobrevivência física, psicológica e espiritual. E é esta mensagem que é mais necessária para todos os seres humanos de todos os tempos e épocas. Como diz João 17,21: "Peço-te, Pai, que todos sejam um, como tu estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós, para que o mundo creia".

Neste mundo secularizado e irreverente, temos de dar testemunho da Sua presença divina: "O mesmo Deus que disse: "Que a luz brilhe nas trevas", tornou-se luz nos nossos corações, para que possamos irradiar a glória de Deus, tal como ela brilha no rosto de Cristo" (2 Coríntios 4,6). Precisamos de falar das verdades de Deus a um mundo endurecido pelo egoísmo e pelo pecado, como Ele falou aos do Seu tempo; falou-lhes com autoridade amorosa: "Aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração" (Mateus 11:29-30). "Maravilharam-se com Ele, porque lhes falava com autoridade" (Lucas 4:32).

Temos de pregar ao mundo ao estilo de Jesus, que se serviu das imagens da vida para apresentar quadros profundos de verdades eternas. Como quando ensinou 33 parábolas: o semeador, o bom pastor, o vinho novo, a figueira, a ovelha perdida, o filho pródigo, o tesouro escondido, a pérola de grande valor, os convidados para a ceia do rei, entre outras.

Temos de apresentar a Sua mensagem para devolver a alegria ao mundo triste: "Tenho-vos dito estas coisas para que a minha alegria seja completa em vós" (João 15,11). E precisamos de pregar com a veracidade e a fiabilidade que Ele pregou: "Bom Mestre, sabemos que és amante da verdade" (Mateus 22,16).

A resposta em Cristo

Jesus manifestou a soma de tudo o que outros, antes e depois dele, tentaram manifestar: 

  1. A incondicionalidade de Abraão 
  2. Inteligência de José (filho de Jacob) 
  3. A fortaleza de Moisés 
  4. A coerência de Elias 
  5. A coragem de Jeremias 
  6. A ternura de João 
  7. O zelo apostólico de Paulo.

Jesus Cristo veio para responder a todos os desejos e necessidades da vida: fome de Deus, fome de amor, fome de paz, fome de relevância, amor paternal, cuidado misericordioso, perdão incondicional e desejo de eternidade.

O autorMartha Reyes

Doutoramento em Psicologia Clínica.

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