Devolvam-me o meu Natal, vocês "tiraram-mo".

Que o Natal não nos seja tirado. Esperemos que não nos acomodemos com decorações e presentes, mas que aproveitemos ao máximo as pistas. O importante não é a estrela, mas o sítio para onde ela aponta.

14 de dezembro de 2024-Tempo de leitura: 2 acta
Natal do Grinch

(GoodFon / Maxima)

O Grinch não existe, mas parece que o Natal está a ser roubado de nós na mesma. Basta olhar à nossa volta hoje em dia para ver isso. Há luzes maravilhosas a iluminar as nossas vilas e cidades: pequenas bolas de Árvore de NatalRenas, renas, presentes embrulhados... Não está a faltar nada?

Ao passear por um centro comercial, ficamos impressionados com os milhares de pormenores expostos nos corredores. Os vermelhos, os dourados e os verdes estão na moda. Se andarmos demasiado depressa, podemos esbarrar no Pai Natal insuflável que colocaram no meio do centro comercial para as crianças tirarem fotografias. Não falta nada?

Entre num supermercado e divirta-se a pensar em todos aqueles turrones, polvorones e roscones que vai comer nos próximos dias. No Natal, os prazeres da comida não são culpados, mas... não está a faltar alguma coisa?

Parece que, tal como naquele típico filme de Natal, nos esquecemos do verdadeiro significado destas celebrações. É uma altura para reunir a família, para ver o seu filho cantar o "Burrito Sabanero" no recital da escola, para decorar a casa e pensar em presentes que os seus entes queridos possam gostar. Mas porquê?

E é importante sublinhar que não estou a criticar todas estas coisas. Penso que podem ser muito boas, desde que tenhamos consciência de que são apenas pistas, luzes que nos apontam para o que é realmente importante. Podemos até pensar que são como a estrela que, há anos, mostrou o caminho a alguns sábios do Oriente. E se seguirmos o seu rasto, também nós encontraremos aquela manjedoura onde está um Menino recém-nascido.

É verdade que rodeámos o Natal de coisas estranhas ao seu sentido original: "Black Friday", saldos, almoços de negócios... E, se não tivermos cuidado, aquelas luzes bonitas das cidades podem cegar-nos. Mas como Deus sabe tirar partido de tudo, penso que até isso pode ser uma oportunidade para nos despertar.

Que o Natal não nos seja tirado. Esperemos que não nos acomodemos com decorações e presentes, mas que aproveitemos ao máximo as pistas. O importante não é a estrela, mas o sítio para onde ela aponta.

Esperemos que tenhamos a coragem de colocar a BelénTrazer o Menino Jesus para as varandas, para recordar o sentido do Natal. Olhemos para esse Menino que vem ao mundo por nós. Nesta noite de paz, vamos dar um pouco de guerra ao Grinch.

O autorPaloma López Campos

Redator-chefe da Omnes

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