Há quatro anos, durante o Jubileu da Misericórdia, a Congregação para o Culto Divino fez uma "Festa" da Memória de Santa Maria Madalena, que Bergoglio tinha definido como um discípulo "ao serviço da Igreja nascente".
A brilhante definição do Bispo de Roma deve-se ao que o Evangelho nos diz. É ela quem primeiro vê Cristo, é ela que, passando da tristeza das lágrimas à alegria, é chamada pelo nome por Jesus e o anuncia aos apóstolos.
A 2 de Abril, que foi a terça-feira após a Páscoa de 2013, o Papa Francisco, falando de Maria Madalena na Missa na Casa Santa Marta, disse: "Por vezes, nas nossas vidas, os óculos que usamos para ver Jesus são lágrimas. Antes da Madalena chorosa, também nós podemos pedir ao Senhor a graça das lágrimas. É uma bela graça... Chorar por tudo: pelo bem, pelos nossos pecados, pelas graças, também pela alegria. O pranto prepara-nos para ver Jesus. E o Senhor dá-nos a todos a graça de podermos dizer com as nossas vidas: Eu vi o Senhor, não porque Ele me apareceu, mas porque o vi no meu coração.
Para um padre com intensa actividade pastoral não é fácil empatizar com a dor daqueles que vêm à paróquia. Funerais, casamentos, baptizados, notícias de pesar, desemprego, tensões, seguem um após outro de forma tumultuosa, um após outro, forçando uma alternância emocional que por vezes empurra o padre para se proteger por detrás de uma aparente indiferença. Os olhos de Maria Madalena, banhados em lágrimas porque encontram um túmulo vazio, podem tornar-se os de um padre que, depois de encontrar Cristo, nunca pára de olhar para ele e é o primeiro a anunciá-lo aos incrédulos apóstolos.