Vaticano

O apelo do Papa à paz e ao diálogo no Médio Oriente e no Sudão

"O Médio Oriente não precisa de guerra, mas de paz", implorou o Papa Francisco esta manhã na Basílica de São Pedro, na sua catequese sobre o zelo apostólico. "De uma paz construída sobre a justiça, o diálogo e a fraternidade", disse o Santo Padre, pedindo orações pelo Sudão "para que viva em paz", com a santa sudanesa Josefina Bakhita como testemunha da evangelização. Pediu também orações pelo Sínodo neste mês do Rosário.

Francisco Otamendi-11 de outubro de 2023-Tempo de leitura: 3 acta

Santa Bakhita ©CNS photo/L'Osservatore Romano via Reuters

No ciclo de catequese Sobre "Paixão pela evangelização: o zelo apostólico do crente", o Papa centrou a sua meditação desta manhã em "Santa Josefina Bakhita: testemunha da força transformadora do perdão de Cristo", com o texto evangélico de Jesus na Cruz, quando exclama: "Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem (Lc 23,34)".

"A Josefina nasceu em Sudão e, quando tinha apenas sete anos de idade, foi raptada e convertida

na escravatura. Durante a sua escravatura, passou por numerosos sofrimentos físicos e morais. Apesar das muitas feridas que recebeu, quando encontrou Cristo experimentou uma grande libertação interior, sentiu-se compreendida e amada, e capaz de amar e perdoar, como Jesus perdoou àqueles que o crucificaram", explicou o Papa no seu discurso ao Papa. Público em geral.  

"O seu exemplo mostra-nos o caminho para nos libertarmos dos nossos medos e escravidões, para desmascararmos as nossas hipocrisias e egoísmos, para nos reconciliarmos connosco próprios e semearmos a paz nas nossas famílias e comunidades", acrescentou o Santo Padre. "O seu testemunho de vida ensina-nos que o zelo apostólico se exprime em gestos de misericórdia, de alegria e de humildade". 

Ao concluir a sua reflexão sobre a santa religiosa sudanesa, Francisco sublinhou que "o perdão não tira nada, mas acrescenta dignidade à pessoa, faz-nos olhar para fora de nós mesmos em direção aos outros, para os ver frágeis como nós, mas sempre irmãos e irmãs no Senhor. O perdão é a fonte de um zelo que se torna misericórdia e chama a uma santidade humilde e alegre, como a de Santa Bakhita".

Nossa Senhora do Pilar

Ao longo da catequese nas várias línguas, a que hoje se juntou o croata, o Papa convidou os fiéis a rezar o Santo Rosário neste mês de outubro. Fê-lo dirigindo-se aos fiéis de língua alemã, por exemplo, e também aos de língua espanhola. Esta foi a sua oração: "Rezemos a Nossa Senhora do Pilar - festa que ela nos ajude a seguir o caminho da santidade, testemunhando o poder transformador do perdão de Cristo. Que Deus vos abençoe. Muito obrigado. 

Alemães e polacos: Rosários à Virgem Maria

Nas suas palavras aos peregrinos de língua alemã, de âmbito universal, como é habitual nas alocuções catequéticas do Papa, Francisco usou a invocação "Mãe da Igreja". "Queridos irmãos e irmãs, no mês de outubro somos especialmente convidados a rezar o Santo Rosário, contemplando com Maria os mistérios da salvação e invocando a sua intercessão para as nossas necessidades. Santa Maria, Mãe da Igreja, rogai por nós".

Oração para o SínodoAs palavras do Papa aos fiéis de língua polaca foram um novo convite à oração do Rosário. "Saúdo cordialmente o povo polaco. Neste mês, muitos de vós rezam o Terço, pedindo a ajuda de Nossa Senhora. Que a sua intercessão obtenha a misericórdia de Deus para o vosso país. Lembrai-vos também nas vossas orações de todos os participantes no Sínodo dos Bispos Peço-vos que escuteis o que o Espírito Santo quer dizer à Igreja. Abençoo-vos do fundo do meu coração.

Paz no Médio Oriente

Francisco deixou para o final da Audiência, em italiano, a sua mensagem sobre o conflito em Médio Orienteapelando a que as armas e os ataques sejam silenciados, como fez no domingo, depois do serviço de oração. Angelus. Esta manhã, o Pontífice afirmou que "o Médio Oriente não precisa de guerra, mas de paz, uma paz construída sobre a justiça, o diálogo e a fraternidade".

"Acompanho com lágrimas e apreensão o que está a acontecer em Israel e na Palestina: tantas pessoas mortas, outras feridas", disse o Papa. "Rezo pelas famílias que viram um dia de festa transformar-se num dia de luto e peço que os reféns sejam libertados imediatamente. É um direito de quem é atacado defender-se".

Francisco reconheceu então que estava "muito preocupado com o cerco a que os palestinianos estão sujeitos em Gaza. Houve muitas vítimas inocentes. O terrorismo e o extremismo não ajudam a encontrar uma solução para o conflito entre israelitas e palestinianos. Alimentam o ódio, a violência, a vingança, e só causam sofrimento a uns e a outros", sublinhou.

Ajudar o Afeganistão 

Durante a catequese, o Papa dirigiu também "um pensamento especial ao povo do Afeganistão, que sofre depois do terramoto que fez milhares de vítimas, entre as quais muitas crianças. Convido as pessoas de boa vontade a ajudar este povo tão provado, contribuindo em espírito de fraternidade para aliviar o sofrimento da população e apoiar a necessária reconstrução".

O autorFrancisco Otamendi

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