A Santa Sé, como aconteceu no ano passado devido à pandemia, estabeleceu, através de um decreto emitido pela Penitenciária Apostólica, a extensão a todo o mês de Novembro das Indulgências Plenárias para os fiéis que partiram. Como é sabido, a Igreja concede indulgências àqueles que, nos oito dias seguintes à Solenidade de Todos os Santos, visitam cemitérios orando pelos mortos, e no dia 2 de Novembro, especificamente, visitam uma igreja ou oratório orando o Pai Nosso e o Credo.
O Cardeal Penitenciário Maior, Mauro Piacenza, comentou numa entrevista que se trata de "uma forma muito sentida de devoção, que se expressa através da participação na Missa e da visita aos cemitérios", e portanto, para que as pessoas possam diluir as suas visitas sem criar uma multidão, "foi decidido diluir no tempo a possibilidade de utilizar as indulgências, e assim durante todo o mês de Novembro será possível adquirir o que estava previsto para os primeiros 8 dias de Novembro".
"A Penitenciária Apostólica" lê o decreto, "tendo ouvido os vários pedidos recentemente recebidos de vários Pastores Sagrados da Igreja, devido ao estado actual da pandemia, confirma e prorroga para todo o mês de Novembro de 2021 todos os benefícios espirituais já concedidos em 22 de Outubro de 2020, pelo Decreto Prot. N. 791/20/I com o qual, devido à pandemia de Covid-19, as Indulgências Plenárias para os fiéis falecidos foram prorrogadas para todo o mês de Novembro de 2020".
O decreto afirma também que "da renovada generosidade da Igreja, os fiéis irão certamente atrair intenções piedosas e vigor espiritual para orientarem as suas vidas de acordo com a lei evangélica, em comunhão filial e devoção ao Sumo Pontífice, o fundamento visível e Pastor da Igreja Católica".
De acordo com o Catecismo da Igreja Católica, a indulgência é "a remissão perante Deus do castigo temporal pelos pecados, já perdoados, no que diz respeito à culpa, que uma pessoa fiel disposta e cumprindo certas condições obtém através da mediação da Igreja, que, como administradora da redenção, distribui e aplica com autoridade o tesouro das satisfações de Cristo e dos santos.".
Deus perdoa os pecados daqueles que, tendo cometido um pecado, se arrependem através do sacramento da confissão. Contudo, continua a haver uma "responsabilidade pendente" pelas consequências que o pecado teve para a mesma pessoa ou para outras, ou mesmo para a sociedade em geral. Esta consequência chama-se "penalidade temporal" e é uma dívida que persiste e deve ser paga ou nesta vida ou no Purgatório.
É então que a Igreja, como administradora da redenção, pode conceder indulgências que podem total ou parcialmente (dependendo se é uma indulgência plenária ou parcial) remover esta punição temporal por pecados cometidos e confessados até esse momento.