Cinema

Cinema: Paulo, o apóstolo de Cristo

A vida de S. Paulo é uma veia fílmica que pode sempre ser explorada. Nesta ocasião, Andrew Hyatt faz um filme para o paladar contemplativo, moderno no estilo mas lento no ritmo. Não há abundância de tensão, o que só ocasionalmente impulsiona a acção externa.

José María Garrido-11 de Abril de 2018-Tempo de leitura: 2 acta

DirectorAndrew Hyatt
RoteiroAndrew Hyatt
Ano: 2018
IntérpretesJames Faulkner, Jim Caviezel, Olivier Martinez

Em Roma, em 64 DC, Nero culpa os cristãos pelo grande incêndio na cidade. Ele apanha os seguidores de Cristo, sacrifica-os no circo ou queima-os nas ruas para iluminar a noite. No meio da perseguição, Lucas, o médico grego e autor do terceiro Evangelho, vai à capital perturbada para visitar Paulo, que está preso na prisão de Mamertine.

O evangelista quer compor um relato das origens do novo Caminho, os Actos dos Apóstolos, e para isso recorre a Paulo como uma fonte privilegiada. Lucas permanece na casa de Aquila e Priscilla, que generosamente converteram o pátio e os seus quartos num campo de refugiados cristãos à beira do colapso.

Um filme contemplativo

A vida de S. Paulo é uma veia fílmica que pode sempre ser explorada. Nesta ocasião, Andrew Hyatt é um filme para o paladar contemplativo, moderno no estilo mas lento no ritmo. Não há abundância de tensão, o que só ocasionalmente impulsiona a acção externa.

Os mais jovens, habituados à velocidade, podem ficar desencantados com a história, que exprime sobretudo os dilemas morais e os sofrimentos dos protagonistas: Aquila e Priscilla em loggerheads sobre o destino da sua casa; Lucas, que assistiu impotente enquanto os seus irmãos cristãos queimavam como tochas na rua; a tragédia familiar de Maurice, o prefeito romano da prisão; e, claro, a dor do próprio Paulo, cujo ferrão - a memória da sua jovem delinquência anti-cristã - se agarra mais profundamente a ele durante a prisão.

Vedações visuais estreitas

Sendo Paulo um viajante, as aventuras deste filme condenam-nos (juntamente com ele) a recintos visuais estreitos: o pátio de uma casa romana, a prisão Mamertine, o jardim da villa onde o apóstolo pregava livremente até ser martirizado, ou o hipogeu do circo antes de um grupo de cristãos se tornar a carne de animais selvagens. Nem mesmo o martírio de Santo Estêvão ou a beligerância e subsequente conversão de Saulo na estrada para Damasco proporcionam cenas para os olhos desfrutarem.

O orçamento impõe o jejum ao peregrino e à vida marítima paulina. No entanto, a estreiteza cénica é compensada pelos fios fictícios, com vários subquadros bem sucedidos, fotografia cuidadosa e iluminação nocturna.

Ls interpretações especializadas de Jim Caviezel, James Faulkner y Olivier Martineza música de Jan KaczmarekA profundidade dos diálogos entre Paulo e Lucas, e um fim que, ao encobrir este apóstolo, acaba por dar sentido aos sofrimentos actuais.

O autorJosé María Garrido

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